A ODISSÉIA DA DOR XII: A FÉ DE JÓ
“Uma fé como a de Jó não pode ser sacudida, porquanto é o resultado de ter sido sacudida” (Abraham Heschel) (YANCEY, 2004, P. 220)
Quando era novo, tive episódios de dores de ouvido muito fortes. Eu lembro como se fosse hoje, por serem insuportáveis. A questão é que com o tempo, depois de tantas aflições, acabei ficando resistente a dor. Hoje eu não tenho mais estas dores de ouvido, depois de mais velho, descobri as causas e busquei a cura. Contudo, ela me fez mais forte, não sou imune a ela, sou um ser humano normal, mas sou um pouco mais resistente. A dor para me derrubar, tem que ser muito forte.
Jó é conhecido como um homem de fé, uma fé inabalável, que fez com que ele olhasse ainda mais para Deus, ao invés de jogar tudo para o alto. O segredo dele era simples, a sua fé inabalável, vinha justamente dos problemas.
Não é fácil passar por situações difíceis, mas são elas que primeiramente nos ensinam. Quando descobrimos a riqueza de aprender com as dificuldades, crescemos, e criamos aquelas experiências práticas da vivência, com a própria vida e as situações nos ensinando.
Em segundo lugar, o caos nos leva a olharmos para Deus e buscarmos a ele com afinco. Nós só passamos pelo deserto com a oração, é de joelhos que enfrentamos as dificuldades, não há outra forma. E isso nos aproxima do nosso Pai. Jó, por conta das dificuldades, passou a conhecer ainda mais Deus e isso mudou a sua vida. Jó deixa isso muito claro quando ele diz:
“Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem” (Jó 42:5).
É durante as provações que não só buscamos, mas também conseguimos intimidade com o criador. É quando Deus se revela, e nos mostra que não estamos sozinhos, que crescemos e aprendemos a enfrentar as intempéries.
Não foi fácil passar por todos estes obscuros vales, em muitos momentos eu me senti desamparado e abandonado. Mas eu busquei, não me entreguei ao que parecia, e sim, me concentrei na palavra de Deus e nas suas promessas.
Foi nestes dias que aprendi a confiar, e me entregar crendo que no final, Deus estava comigo. Se cremos que Deus nos ama, devemos confiar em seu amor e não se entregar ao que parece, mas não é.
BIBLIOGRAFIA
YANCEY, Philip, Decepcionado com Deus: três perguntas que ninguém ousa fazer, Editora Mundo cristão, São Paulo, 2004.
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