Se há algo que todos buscam é a felicidade. O conceito de felicidade pode variar conforme a cosmovisão pessoal, mas não há pessoas, que tenham a mente sã, que queiram ser infelizes. Quase sempre se busca a felicidade fora de si mesmo. Geralmente se imagina que algo ou alguém trará a felicidade. Mas na realidade isso pode trazer alegrias, mas a felicidade é uma atitude de vida que brota de dentro do ser humano. Não devemos esperar a felicidade venha de fatores externos, pois ela tem muito a ver com quem e como somos e isso está diretamente relacionado com escolhas que fazemos no decorrer da vida. Isso é ainda mais relevante na vida de um cristão, pois ele é conhecedor da verdade que rege o universo, mas nem sempre vive os conceitos nos quais diz crer.
O livro de Gálatas, em seu quinto capítulo, aborda algo que tem muito a ver com tudo isso. Ali há a exposição de dois caminhos que podemos seguir. O apóstolo Paulo, autor da carta, afirma que há um conflito entre viver pelo Espírito (a vontade de Deus) e viver conforme a carne (nossa própria vontade). Os versículos 16 em diante descrevem esse conflito, e apontam para o resultado da escolha feita. O conflito, viver pela carne ou pelo Espírito, nos atormenta continuamente, e como temos a natureza pecaminosa, temos a tendência de seguirmos nossa própria vontade. O texto de Gálatas aborda a questão dos frutos que a vida apresenta quando seguimos um ou outro caminho.
A questão é a seguinte: quem eu quero ser? Isso depende de uma escolha que faço. Se seguirmos a tendência da nossa natureza, tomamos as rédeas da vida em nossas mãos e colheremos o resultado dessa escolha. “Sexo barato e frequente, mas sem nenhum amor; vida emocional e mental detonada; busca frenética por felicidade, sem satisfação; deuses que não passam de peças decorativas; religião de espetáculo; solidão paranóica; competição selvagem; consumismo insaciável; temperamento descontrolado; incapacidade de amar e de ser amado; lares e vidas divididos; coração egoísta e insatisfação constante; costume de desprezar o próximo, vendo todos como adversário; vícios incontroláveis; tristes paródias de vida em comunidade”. Esse é o fruto, o resultado de uma vida construída sobre a própria vontade. Trata-se dos versículos 19 a 21 de Gálatas 5, em uma tradução contemporânea. Será que é assim que você e eu queremos ser? É só olhar ao redor, que vemos tudo isso, ou quase tudo, na vida do ser humano. Olhando para a sociedade percebemos um profundo sentimento de insatisfação. A felicidade que tanto se busca, parece estar cada vez mais longe. Quando alicerçamos nossa vida sobre algo que é imperfeito (nossa vontade), é isso que colheremos. Não se trata de castigo divino, mas de uma simples conseqüência de nossas atitudes. Se eu fosse fazer uma análise de cada uma das características mencionadas, esse texto se transformaria em um livro. Leia esse versículo umas 5 vezes e reflita um pouco. É fácil perceber que a situação catastrófica do mundo contemporâneo tem tudo a ver com os frutos da carne. Será que é isso que queremos para nossa vida?
Como falei no inicio do texto, todos querem alcançar a felicidade. Não gostamos conviver com pessoas com as características acima descritas. Provavelmente também não queremos ser uma pessoa assim; e para isso basta escolhermos o caminho certo. Se deixarmos Deus fazer nossas escolhas estaremos optando por aquilo que é perfeito para nós. Você não gostaria que as pessoas próximas a você fossem assim? Pessoas que tenham “afeição uns pelos outros, uma vida cheia de exuberância, serenidade, disposição de comemorar a vida, um senso de compaixão no íntimo e a convicção de que há algo de sagrado em toda a criação e nas pessoas. Nós nos entregamos de coração a compromissos que importam, sem precisar forçar a barra, e nos tornamos capazes de organizar e direcionar sabiamente nossas habilidades”. Esse é o fruto do Espírito descrito nos versículos 22 e 23. Que tipo de pessoa você quer ser? Quem não quer ter motivos para comemorar a vida? Fazendo a escolha certa teremos essa atitude. Aos invés de um constante sentimento de insatisfação, viveremos celebrando a vida, mesmo que ela não seja como gostaríamos que fosse.
Um detalhe interessante é que todas essas características são o resultado de uma vida guiada por Deus. Não precisamos nos esforçar para ser assim. Temos sim, que nos esforçar para perseverar no caminho de Deus; da mesma forma que os frutos brotam naturalmente em uma árvore sadia, esse fruto brotará em nossa vida, se a mantivermos saudáveis. Lendo esse capítulo de Gálatas mais atentamente, nossa busca pela felicidade chega a seu final. Ser feliz é muito mais fácil do que possa parecer. Basta que façamos a escolha correta, andando no Espírito e crucificando nosso ego.
