A BÍBLIA É CONFIÁVEL?: PARTE 3

Um amigo um dia me falou que não acreditava na Bíblia porque é um material forjado pela igreja católica. De maneira tranquila perguntei: Você sabe quantos manuscritos existem espalhados em diversos países e lugares? Ele não soube responder, e por não entendermos acontecimentos passados, não entendemos a Bíblia hoje. Afinal, muitos não demoram em formular inúmeras teorias sobre este livro, mas estes sequer devem ter lido um capítulo, antes de afirmar certos equívocos. Ou usam provas e fontes tão duvidosas, que eu sequer perco tempo para responder, de tão erradas que são.

 E hoje, não temos desculpas de falta de acesso a informações fiéis e coesas. Existem até ateus, estudiosos da Bíblia, que não são membros de igrejas e religiões, atestando que este livro não é forjado, que Cristo existiu e tudo mais. A primeira pergunta que eu quero responder sobre este importante escrito é se ele realmente é um material confiável, e ante tantos livros, qual seria o seu teor de confiabilidade.

Quando você fala que a Bíblia foi forjada por quem quer que seja, você não esta sendo tão inteligente assim. Pois existem cerca de 5700 cópias do novo testamento escrito em grego, sua língua original e cerca de 9000 cópias em outras línguas, sendo que alguns destes quase 15 mil manuscritos são obras completas, outros são livros, páginas e uma minoria são fragmentos. E se compararmos a Bíblia com obras importantes, apenas a Ilíada de Homero tem 643 manuscritos, a maioria dos outros escritos antigos sobrevive com um pouco mais de uma dúzia de cópias (GEISLER; TUREK, 2012, p. 230). E ao contrário do que muitos dizem, nem todas as cópias estão no domínio da Igreja Católica e sim, expostos em museus dos mais diversos países, além de encontrarmos muitos deles em sites oficiais destes museus e bibliotecas disponíveis ao público, e alguns deles são:

O Códice Vaticano: catalogado em 1475 na biblioteca do Vaticano.

O Códice Sinaítico: descoberto pelo conde alemão Tischendorf e comprado pelo governo inglês em 1933, por cem mil libras esterlinas, sendo publicado depois em um volume único.

O Códice Efraimita: que após ser vendido e mudar de mãos várias vezes, foi colocado na biblioteca nacional de Paris, onde está até os dias de hoje.

O Códice Washingtoniano: comprado de alguns negociantes, estando hoje na instituição Smithsoniana em Washington.

Os rolos do Mar Morto: descoberto em 1947, sendo esta uma das mais importantes descobertas, atualmente se encontra em Israel (GEISLER; NIX, 2015, p. 138-143).

Quanto mais cópias existem, mais oportunidades temos de confirmar se a mensagem entre eles é fiel ou não. E levando em conta o número de cópias, e os comparativos feitos até hoje, a semelhança da mensagem entre os manuscritos é grande, tendo poucas, ou quase nada de erros, sendo estes erros falhas que não comprometem o ensino ou o escrito todo.

Ai você tenta desqualificar a Bíblia com uma frase bem conhecida, que eu já ouvi muitos proferirem:

“Quem conta um conto aumenta um ponto”.

 Faça o teste do telefone sem fio e veja você que a frase dita no começo da fila já virou outra coisa no fim dela, então, como podemos confiar em um livro transmitido de geração a geração, primeiro de maneira oral e depois de maneira escrita? A resposta quem dá são os autores do livro Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu:

“Felizmente o NT (Novo Testamento) não foi transmitido dessa maneira. Uma vez que não foi contado a uma pessoa, que o contou a outra, e assim por diante, a brincadeira do telefone não se aplica. Várias pessoas testemunharam acontecimentos do NT de modo independente, muitas dos quais os registraram em sua memória, e nove dessas testemunhas oculares/contemporâneas registraram suas observações por escrito” (GEISLER; TUREK, 2012, p. 230).

É errado compararmos os escritos Bíblicos a um jogo que tem a finalidade de entreter e confundir as pessoas. O evangelho foi passado a muitos, e alguns deles ao mesmo tempo. Portanto, quando lemos as narrativas dos quatro evangelhos e percebemos o quão semelhante eles são com os outros manuscritos, entendemos como a mensagem continuou digna de confiança. Existem mais provas de confiabilidade, e se eu for citar todas as provas de veracidade da Bíblia, o texto viraria uma enciclopédia, aconselho você a ler alguns dos livros citados na bibliografia do texto e verificar.

 O curioso é que muitos acreditam em tudo o que leem e não param para pensar e analisar. E se algum ateu ou militante que odeia a Bíblia escreve algo, ninguém pondera e usa o mesmo sentimento crítico de confiabilidade que usam para escritos antigos de filósofos e pensadores. Porém, as provas existem, são muitos livros, e saber o parecer de quem realmente entende do assunto é fundamental para uma opinião coesa. Não quero convencer ninguém a ler e meditar na Bíblia, apenas incentivar a todos a buscar materiais mais relevantes sobre o assunto, que o resto vai vir a tona junto com as provas.

BIBLIOGRAFIA

 Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje; Ed. Soc. Bíblica do Brasil. São Paulo, 2005.

Bíblia Sagrada – Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2013.

GEISLER, Norman.; TUREK, Frank. Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu. São Paulo: Editora Vida Acadêmica, 2012.

GEISLER, Norman. NIX, William. Introdução a Bíblia: Como a Bíblia Chegou Até Nós. São Paulo: Editora Vida, 2015.

BRUCE, F. F. O Cânon das Escrituras: Como os livros da Bíblia Vieram a Ser Reconhecidos como Escrituras Sagradas. São Paulo: Editora Hagnos, 2013.

GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Rio de Janeiro: Editora CPAD, 2015.

CHAMPLIM, RN. Enciclopédia bíblica de teologia e filosofia. 10° ed. São Paulo: Hagnos, 2011.

GUSSO, Antônio Renato. Os Livros Históricos: Introdução Fundamental E Auxílios Para A Interpretação. Curitiba: Editora AD Santos, 2011.

GUSSO, Antônio Renato. O Pentateuco: Introdução Fundamental E Auxílios Para A Interpretação. Curitiba: Editora AD Santos, 2011.

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