A GÊNESE DA FRUSTRAÇÃO

É muito importante fazermos planos e metas para que algo aconteça. Porém, quando tudo na vida da errado, o esquema não é nada bom. Em minha vida, muita coisa que eu planejei não deu certo, diante destas situações, o desânimo era inevitável.

Nestas horas, há quem coloque a culpa do fracasso em Deus, afirmando que se ele quisesse, faria a coisa acontecer, muitos atribuem estes percalços a si mesmo, seu despreparo, sua falta de visão, alguns preferem pensar que foi o destino que quis assim e por aí vai. Porém, para alguns cristãos, um fracasso toma proporções assustadoras, chegando a ser atribuídos a falta de fé, oração ou poucos sacrifícios na fogueira santa. Por conta disso, muitos abandonam a fé, por não acharem lucrativo servir a um Deus que não os abençoa, como ouvi de muitos.

Eu sempre digo que é conforme o nosso entendimento de Deus que aprendemos a aceitar o que a vida nos traz ou não. Eu por exemplo, vejo Deus como um ser Soberano e entendo que o que ele quiser fazer eu tenho que aceitar, e crer que é o melhor para a minha vida. Ver nosso Pai como soberano, é entender quem controla tudo, e por mais que não seja fácil aceitar que aquilo é o melhor, ou resultará em algo melhor, no fim das contas sempre acabará sendo. Contudo, a pergunta que devemos fazer diante dos planos frustrados não é “porque” e sim “para que” tudo aquilo está acontecendo, qual é o propósito de toda a tempestade que surge em nossa vida, conforme ouvi em uma pregação do Ed René Kivitz certa vez. Afinal, se adoramos um Deus justo e que nos quer bem, temos que enxergar os acontecimentos por outra ótica, eu tenho dois pontos de vista sobre o fator dificuldades.

O primeiro é que nossos planos tem sempre a eficácia de seres limitados e pequenos que somos. De pessoas incapazes de realmente ver o que é certo, e quando vemos, mudamos as coisas em nome do egoísmo. Olhe em volta, veja o dedo limitado das pessoas poluindo, estragando tudo em nome de seus desejos. Não é de se admirar que quando olhamos para muitos casamentos só enxergamos atritos, ou quando olhamos para alguém que prosperou e o vemos andar como fosse superior o melhor de todos, afinal o homem é pequeno, limitado e não demora em se achar melhor, até que uma batida de carro o coloque em uma cadeira de rodas, mostrando quem realmente ele é. Somos sabotadores de nós mesmos, somos pequenos, falhos a caminho do engano. Se não seguirmos nossa caminhada colocando nossa vida nas mãos de Deus, sempre nos frustraremos.

A segunda ótica é que temos que tentar sempre a aprender com as dificuldades, afinal eu entendo que a vida não é fácil mesmo, e como Eugene Lonesco disse:

“Nem tudo o que vale a pena, vem um tipo de dificuldade”.

E já que a vida não é fácil, é decisivo em nossa caminhada analisar os erros e dificuldades, tentando aprender e enxergar uma lição em tudo. Chorar é bom, lamentar e sentir tristeza é inevitável, mas depois, olhar pra frente e relembrar a lição aprendida é fundamental.

Às vezes a história de um fracasso é uma oportunidade de começar algo certo, de aprender um novo ponto de vista, ou entender e valorizar o que temos. Muitos homens vieram do fracasso, muitas ONGs importantes vieram de doenças ou morte de entes queridos. Infelizmente só há uma verdade, é que somente na dificuldade encontraremos a saída, o caminho certo ou o propósito de ajudar alguém. Por isso digo, o mundo já é bastante difícil para piorarmos ainda mais com as nossas reclamações.

Que aprendamos a superar problemas, e encontrar soluções, em vez de seguirmos reclamando e proclamando derrotas. Uma lição aprendida com o fracasso não é derrota, mas a vitória do aprendizado.

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