MARX VS CRISTO

 Jesus era comunista, foi à frase que eu li certo dia no Facebook, um pensamento que resume o quanto esta pessoa “sabe” sobre Cristo.

É muito comum nos dias de hoje, vermos pessoas compararem Cristo com Marx. Eu particularmente acho tremendamente confuso tal comparação. Quem conhece o mínimo da Bíblia sabe que o ensino de Marx não combina com a mensagem de Cristo. E não é porque a Bíblia nos manda sermos um corpo, ou porque Cristo não acreditava que um rico poderia ganhar o reino dos céus, que isso possa ser uma porta aberta para o Marxismo, como vamos ver.

Karl Marx nasceu em Trier na Prússia em 1818. De família judaica, onde todos eram membros da igreja luterana. Era Doutor formado pela Universidade de Jena, Sendo ele adepto da ala esquerdista do movimento jovem hegeliano, deixando-se absorver pelos problemas sociais enquanto estudava em Berlim (CHAMPLIN, 2013, p. 148).

Jesus Cristo, verbo divino, nunca nascido, eterno, mas encarnado em forma humana há dois mil anos atrás. Mesmo sendo Deus, destituiu-se do privilégio de ser Deus para morrer pelo homem em uma das piores mortes de sua época, a morte de cruz, através de acusações falsas em um julgamento forjado. Morreu como homem, ressuscitou como Deus e vive para sempre.

As principais lutas de Marx: Contra os exploradores (Burgueses e capitalistas), com um sonho de construir uma sociedade sem distinção de classes. Abolir a propriedade privada, religião, burguesia e a nacionalidade (CHAMPLIN, 2013, p. 150).

As principais lutas de Cristo: Contra os fariseus, que pregavam ensinos que eles não viviam. Pregou o amor, serviu mesmo sendo Deus e ensinou que a verdadeira prisão não era política, mas interior. Instigou o homem a se arrepender de seus pecados e mostrou o quão falho e pequeno ele era sem Deus. E quando indagado sobre política e sobre quando Ele libertaria o povo judeu dos domínios tiranos de Roma, conforme eles acreditavam que o messias faria, mostrou que a sua missão não era política, seu reino não era deste mundo. Mandou dar a César o que era de César e seguiu em frente.

Chamar Cristo de comunista ou afirmar que Ele foi um dos primeiros, como tenho lido, é não entender a missão de Cristo aqui na terra. E se em alguns momentos lemos na Bíblia sobre cristãos dividindo tudo o que tinham, vivendo com tudo em comum. Em outras passagens vemos Paulo levantando ofertas, certamente com quem tinha dinheiro é claro, para ajudar esta mesma igreja em Jerusalém que passava dificuldade. Cristo apesar de ter olhado para os pobres e doentes, alimentando-os e curando, ensinou a estes um caminho de salvação e não uma ideologia política.

Marx lutava contra os burgueses, queria construir um modelo econômico e apesar de se preocupar com os pobres e a injustiça social, pregava uma política onde o estado tivesse total controle, arriscando continuar a injustiça. Como vemos em países como Cuba, onde o ditador Fidel Castro entrou na lista da Forbes como um dos homens mais ricos do mundo. Enquanto uma nação inteira passa fome, tem a sua liberdade tolhida e vivem uma vida de miséria, ele enriquece as custas de seus escravos. Não foi isto que Cristo pregou, comparar os ensinos de Jesus com estas concepções falhas dos homens é um erro tremendo. Champlin fala algo muito interessante sobre governos que tolhem a liberdade do próximo:

“Todos os governos totalitários abafam as liberdades pessoais e limitam os direitos do indivíduo” (CHAMPLIN, 2013, p. 149).

E isso é uma realidade visível para quem já conversou com um cubano, onde a falta de liberdade e pobreza é visível.

Vivemos em um mundo com os sistemas totalmente corrompidos, com a injustiça social crescente e uma pobreza endêmica. Mas Cristo nos mostrou o caminho da solidariedade, da comunhão, do dividir o pão e ajudar o próximo. Não estamos aqui para construir um novo governo político e sim, para pregar a palavra e sermos unidos como uma família deve ser. Assim sendo pode vir o governo político que for, podemos estar na pobreza ou riqueza que juntos estenderemos as mãos e pregaremos a palavra do arrependimento, enfatizando sempre que o nosso reino não é deste mundo e um dia toda esta injustiça realmente acabará.

BIBLIOGRAFIA

CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, teologia & filosofia: Volume 4. São Paulo: Hagnos, 2013.

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