CRISTIANISMO POLITICAMENTE CORRETO

Que o politicamente correto invadiu nossa sociedade não é novidade.  Basta olhar em volta e ver o estrago que esta forma de pensar tem feito, disseminando normas, legalismos e falsidades em meio ao povo.

Contudo achar que está forma de pensar é um “privilégio” apenas da sociedade é estar de olhos fechados aos fatos, pois indubitavelmente este mal invadiu também as igrejas.

Tenho conhecido inúmeros cristãos que acreditam que ser cristão é possuir certos trejeitos, vestir roupas determinadas e frequentar apenas ambientes cristãos.  E para piorar, muitos cristãos se preocupam tanto com  a aparência  que escondem suas dificuldades e pecados. Construindo máscaras de perfeição, disfarçando o caos e a podridão com a carapuça de uma falsa fé. A Bíblia denomina estes de sepulcros caiados. Homens que não são quem realmente dizem ser.

Eu sempre digo que todos nós temos nossas dificuldades, ninguém é perfeito e lutar contra estes gigantes faz parte do desafio de ser cristão. Se disfarçar revelando uma falsa aparência é  ser um hipócrita. Ou olhar para o próximo e condenar suas limitações sem entender o que é ser cristão, é ainda muito pior. Isso sem contar naqueles que condenam ao inferno tudo o que é diferente e fora de seu padrão,  sem ao menos refletir, ponderar e tentar entender que o diferente muitas vezes é só diferente e não pecado.

Diz à tradição que quando você aponta um dedo, três dedos apontam para você, quem acusa revela uma inveja, talvez uma dificuldade e segue esculachando outros por ver sua imagem refletida no suposto acusado. Jack Felton e Stephen Arterburn no livro: Mais Jesus e menos religião acrescentam:

“Uma fé sadia aceita quem nós somos e o que somos, em vez de tentar forjar uma imagem artificial para as pessoas que não se sentem confortáveis em nos aceitar do modo que somos. Se estamos baseados na realidade, então a realidade é que todos nós fracassamos, todos somos pecadores e que todos tropeçamos pelo caminho” (2002, pg. 17).

Temos que entender que o Evangelho não é aparências, não podemos nunca esquecer que durante nossa vida cristã ninguém está imune à queda e o que vai definir é a velocidade com que você vai se arrepender e recomeçar da maneira certa. E isso não é possível sem o apoio e a compreensão dos irmãos.

É claro que temos que seguir lutando contra o pecado, tendo como propósito sermos mais parecidos com Cristo. Mas é claro também que ninguém é perfeito e se arrepender é uma prática diária, entender que não somos nada sem Jesus é um dos motivos de ser cristão, portanto, fingir ser quem nós não somos não tem lógica.

BIBLIOGRAFIA

FELTON, Jack, ARTERBURN, Stephen, Mais Jesus, Menos Religião, Editora Mundo Cristão, São Paulo, 2002.

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