O SERMÃO DO MONTE PT 9: SAL E LUZ

“Vocês são o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor, como restaurá-lo? Não servirá para nada, exceto para ser jogado fora e pisado pelos homens. Vocês são a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade construída so­bre um monte. E, também, ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa. Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus” (MT 5:13 ao 16) (NVI). 

 

De todas as grandes invenções humanas, a luz elétrica figura entre as mais importantes. Ficar sem luz a noite não é algo legal, o escuro não é algo agradável.

Considero esta passagem uma das mais profundas da Bíblia, ela traz a lume a nossa missão e como devemos proceder aqui na terra. O texto fala que somos “sal e luz”, diante disto, entender as características do sal e da luz é fundamental, antes de prosseguirmos com a mensagem.

O sal desde as épocas antigas era usado não só para temperar o alimento, mas também para conservar a carne e pagar o salário dos trabalhadores de tão valioso que era. É da palavra sal que deriva a palavra salário. Champlin acrescenta um ponto importante sobre o sal:

“Na Palestina, o sal vinha principalmente de Jabel-Usdum, das costas do Mar Morto, e era conhecido como sal-sodoma. Vários viajantes, passando pelo local, confirmam que esse sal, sob certas condições, pode perder o seu sabor” (CHAMPLIN, 2014, p. 307).

Dependendo do modo como o sal era cuidado, tornava-se impuro, sem refinação, contendo em sua composição vários minerais que faziam o sal se deteriorar. Álvaro César Pestana também acrescenta que:

“Além de tudo isto, devemos lembrar que sempre algum comerciante sem escrúpulos poderia adulterar o produto pela adição de substâncias que não tinham verdadeiro valor para “salgar”” (PESTANA, 2002, p. 65).

Além do sal poder se tornar impuro, havia a probabilidade de comerciantes desonestos adulterarem o sal. E sobre a luz, não tem nem o que acrescentar pois é fundamental para a nossa vida, não é? Ninguém vive sem luz e até naquela época era importantíssimo, seja vindo de tochas ou lamparinas.

Mas existe uma característica importante que estes dois elementos têm em comum. Eles não apontam para si mesmos e sim para outra coisa.

Afinal, ninguém fica olhando para a luz, a não ser que ela tenha algum efeito especial, e ninguém pega um pote de sal e come. O sal serve para realçar o sabor de alimentos e também para conservá-lo. E a luz, serve para enxergarmos o ambiente ao nosso redor e é justamente este o nosso chamado.

Ser sal não é salgar a sua vida, mas apontar para a Cruz, para a mensagem de Cristo. Ser luz, não é para iluminarmos nossa vida, para estarmos no centro do espetáculo, mas para sermos holofotes da mensagem de Cristo.

É por isso que devemos manter o sabor do evangelho em nossa vida e a mensagem deve estar visível, para que as pessoas entendam a palavra do Criador. Afinal, uma lâmpada em baixo da cama não serve para nada, muito menos o sal sem sabor algum. Eugene Peterson traduz o versículo 13 de forma genial:

“Permitam-me dizer por que vocês estão aqui. Vocês estão aqui para ser o sal que traz o sabor divino à terra. Se perderem a capacidade de salgar, como as pessoas poderão sentir o tempero de vida dedicada Deus? Vocês não terão mais utilidade e acabarão no lixo” (2012, p. 1382).

No fim, a mensagem acaba sendo um pouco parecida com o que Jesus disse nas últimas bem-aventuranças e fala de relevância, sobre ter postura e ser realmente quem nós fomos chamados a ser, ou seja, referências do evangelho.

Quem realmente é luz não direciona a luz para si e sim para Cristo. Quem é realmente sal, só se preocupa em mostrar aos outros o sabor do evangelho.

A essência da mensagem de Cristo é se arrepender, é viver a vida para Ele. Quem vive para ele aponta o caminho da cruz e não o seu próprio caminho.

BIBLIOGRAFIA

CHAMPLIM, R. N. O Novo Testamento interpretado Versículo a Versículo: Volume 1. São Paulo: Editora Hagnos, 2014.

PETERSON, Eugene H. A Mensagem: Bíblia em linguagem contemporânea. São Paulo: Editora Vida, 2012.

PESTANA, Álvaro César. Provérbios do Homem-Deus: Frases Poderosas de Jesus de Nazaré. São Paulo, Editora Vida Cristã, 2002.

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