VERDADE OU EQUÍVOCO?

Tenho pensado muito sobre pontos de vista, sobre como cada um tem o seu e o quanto isso é a verdade ou não. Afinal, podemos achar que estamos certos, termos encontrado a verdade em nosso ponto de vista, porém algumas vezes estarmos deveras distante dela. Considero curioso como que para cada evento temos muitas interpretações e isso me faz ser um pouco mais cuidadoso ao expor as minhas crenças.

Eu creio que a verdade é única, não consigo aceitar a verdade como relativa, como já deixei claro em muitos textos do blog. Prefiro pensar que os pontos de vista são relativos, diante disso, cabe a nós termos cuidado e procurar sempre ir de encontro à verdade. Tentando sempre ouvir todos os pontos de vista de um acontecimento antes de tomarmos uma conclusão. Ou tentar ter empatia, a fim de enxergar a situação com os olhos do próximo e não se esquecer de ouvir os outros, tendo sempre em mente que podemos estar errados, só se encontra a verdade com humildade. Jesus disse algo, lá em João 14:6 que considero belíssimo:

“Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai, senão por mim”.

E não é por menos que é um desafio encontrar a verdade, pois se Jesus, um Deus, é a verdade, fica difícil nós seres finitos acessar um Deus infinito.

A respeito da verdade, tenho a minha própria teoria. A verdade existe, ela é única, seja a verdade do que aconteceu no passado com você, com um amigo ou até sobre as verdades espirituais e éticas. Mas o que acreditamos ser a verdade pode ser apenas um ponto de vista, que somado as nossas emoções, características pessoais, visão de mundo e o calor do acontecimento pode gerar uma conclusão equivocada. Distante da verdade, por não olharmos os fatos com cuidado, com mais informação e imparcialidade. Só o fato de sermos humanos, passíveis de erro e enganos, já devia nos fazer tomarmos mais cuidado quanto nossas conclusões.

A verdade é um cubo, se olhado de frente concluiríamos ser um quadrado, só perceberemos ser um cubo se tentarmos olhar de todas as direções.

Eu aplico esta reflexão a própria interpretação Bíblica que alguns fazem. Muitos estudam e proferem ensinos deturpados por falta de estudar a Bíblia, analisar o texto todo não só o versículo e entender o contexto social da época. Como resultado vemos pessoas proferirem ensinos que nem de perto Jesus ensinou, por não tentarem enxergar o cubo, todos os lados, todas as possibilidades. É interessante um conselho que Nilton Bonder dá aos que querem sempre ter razão e por isso acabam deturpando a verdade.

O benefício da dúvida (julguem sempre os indivíduos como se fossem inocentes, até provado o contrário) e a desconfiança constante quanto à interferência de questões pessoais são protetores indispensáveis para quem está lidando com a sensação de “ter razão”. (BONDER, 2010, p. 115).

Desconfie sempre de si mesmo, seja humilde, tenha em mente que podemos estar vendo apenas o quadrado e não o cubo como um todo, e esteja sempre pronto para confessar quando estiver errado.

Cuidado para não transformar seu ponto de vista em uma “verdade”, nem sempre estamos certos, nem sempre nossa forma de ver a situação é correta, ter equilíbrio é importante para se chegar a uma boa conclusão.

BIBLIOGRAFIA

BONDER, Nilton, A Cabala da Inveja, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2010.

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