ANALFABETO FUNCIONAL

No momento em que escrevi este texto eu estava lendo a ata de audiência do caso injustamente denominado de “cura gay”, parei só para escrever esta reflexão. Não acreditei quando vi vários noticiários distorcerem a verdade, afirmando que o juiz autorizou a “cura gay” por achar que a homossexualidade é uma doença, coisa que não foi falada, por isso resolvi pesquisar melhor, antes de emitir uma opinião.

A liminar é simples e dá o direito ao cidadão de procurar um psicólogo se este estiver incomodado com a sua sexualidade e quiser, por sua própria conta, uma ajuda profissional. Não existe o termo cura gay, e em nenhum momento a ata do caso afirma isso, ao contrário, ela reforça que homossexualidade não é doença, e não é mesmo, dando uma opção para quem necessita de auxílio. E acredito que se uma pessoa precisa desta ajuda, este deve procurar quando quiser.

Tenho visto o analfabetismo funcional ganhar cada vez mais força, nunca em nossa história a interpretação de texto básica tem feito falta, já que hoje qualquer um pode expressar sua opinião e normalmente o faz sem reflexão. Para quem não sabe, analfabeto funcional é:

“Pessoa alfabetizada apenas para entender na área na qual trabalha, a sua função, sendo completamente despreparada para entender textos e problemas de outras áreas do saber, o que configura uma espécie de tecnicização do conhecimento” (Dicionário informal).

Enfim, é uma pessoa rasa, que pode até ter um diploma de terceiro grau, mas não sabe interpretar textos e nem fazer reflexões profundas sobre outros assuntos, seguindo qualquer onda ou notícia sem o mínimo de coerência.

 Estamos em um período difícil, seja por conta da economia ou por toda a corrupção que vemos por aí. Somado ao fato que a grande mídia não demora em manipular as massas, ficamos reféns destes que só querem controlar pessoas, para usá-los em seus próprios objetivos.

Precisamos cada vez mais de vozes que façam a diferença, de pessoas que ensinem o caminho da relevância ao povo, de professores que ensinem que ler não é chato, o chato é ser feito de idiota, é viver uma vida rasa sem opinião própria.

Cuidado com seus pontos de vista, cuidado quando for expressar uma opinião sem saber o mínimo sobre o assunto. Eu constantemente vejo pessoas chamando cristão de alienados, gente que não sabe o que fala, porém tenho me cansado de ver não cristãos na mesma situação. A burrice não tem credo religioso, a alienação não possui partido político, o relevante lê sobre tudo, se informa, o irrelevante segue a maré sem se informar e adquirir conhecimento. Gosto de uma frase do Olavo de Carvalho que descreve muito bem estas pessoas:

“O idiota presunçoso, isto é, o tipo mais representativo de qualquer profissão hoje em dia, incluindo letras, o ensino e o jornalismo, forma opinião de maneira imediata e espontânea, com base numa quantidade ínfima ou nula de conhecimentos, e se apega a seu julgamento com a tenacidade de quem defende um tesouro maior que a vida” (CARVALHO, 2013, p. 453).

Não sabemos de tudo, isto é uma verdade que sempre tento enfatizar em meus textos, por isso que para sermos relevantes temos que pesquisar antes de “achar” algo, ou formar alguma opinião crítica.

Cuidado com notícias falsas, cuidado com quem acha que sabe de tudo, tenha sempre um pé atrás e procure por você mesmo as corretas informações.  E acima de tudo, leia e se informe, este é o único remédio para a ignorância. Buscar conteúdo e informações sólidas antes de formar uma opinião é a única forma de termos opiniões equilibradas.

BIBLIOGRAFIA

http://www.dicionarioinformal.com.br/analfabeto+funcional/

CARVALHO, Olavo, O Mínimo que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota, Editora Record, Rio de Janeiro, 2013.

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