“Confesso que já interpretei a dor como um grande engano de Deus. Por que motivo teria Ele que macular um mundo tão magnífico, ao incluir nele a dor? Sem dor e sofrimento, seria muito mais fácil respeitar Deus e confiar n’Ele. Por que, então, Ele simplesmente não criou somente as coisas belas deste mundo, excluindo a dor?”.
Acabei com as minhas dúvidas sobre a competência de Deus em um lugar muito inusitado. Para minha surpresa, descobri que existe um mundo sem dor por trás dos muros de um hospital para leprosos. Andando pelos corredores de um leprosário em Louisiana, e tendo conhecido vítimas da doença, minhas dúvidas desapareceram.
“As pessoas portadoras de lepra não sentem dores físicas; na realidade, esta é a característica mais trágica dessa doença” (YANCEY, BECKER, STAFFORD, 2010, p. 111).
Eu não quero com este texto filosofar sobre a dor, nem escrever algum artigo justificando o mal e o sofrimento, mostrando que isso não é compatível com o nosso Deus, já escrevi muitos textos sobre este tema no blog. Apenas quero enfatizar que o sofrimento nem sempre é o vilão.
“Sem dor, nossa vida estaria em constante perigo de extinção. As raras pessoas que são insensíveis à dor não recebem o alerta de um apêndice supurado, de um ataque cardíaco ou de um tumor no cérebro. A maioria delas morre cedo por causa de algum problema que deixou de ser detectado devido à falta de sensibilidade à dor” (YANCEY, BECKER, STAFFORD, 2010, p. 113).
Aprendi depois de tanto bater a cabeça que a dor é um ótimo professor, ela sinaliza um problema e nos faz buscar a cura. A dor e o sofrimento muitas vezes são necessários, e quem não sente dor tem um grande problema. Não é uma punição de Deus, muito menos uma maldição, faz parte da vida, temos que conviver e aprender com ela.
Neste capítulo, depois de muito discorrer, Philip Yancey (que escreveu este capítulo), nos lembra que servimos a um Deus que também sofreu. Não é um Deus alheio a dor, escondido em seu trono sem fazer a ideia do que nós estamos passando aqui na terra, ao contrário, é um Deus que sofreu, se humilhou, morreu e ressuscitou por nós, e prometeu nunca nos abandonar.
O que eu aprendi com este livro é que por mais que não entendamos o motivo da dor, ela é necessária para que tenhamos vida e não nos deformemos por viver neste mundo que não sente mais nada.
BÍBLIOGRAFIA
YANCEY, Philip, BECKER, Verne STAFFORD, Tim, Ilusões da Fé, O Que Não Disseram Quando Me Converti, Rio de Janeiro, 2010.
