Comecei lendo gibi em doses fracas e esporádicas, apenas para passar as horas em um dia livre. Mas com o tempo a vontade de ler aumentou e aos poucos comecei a ler alguns livros, pois os gibis não me satisfaziam mais, e algo que era para ser esporádico foi ganhando mais força e tomando conta de minha vida, quando vi, já estava lendo Agatha Cristie, Edgar Allan Poe, Daniel Defoe.Tentei parar, mas dia a dia o desejo aumentava e foi ele que me levou a frequentar ambientes perigosos como sebos (loja de livros usados), livrarias e bibliotecas, e neste estágio eu já não conseguia mais parar de ler. Aos poucos eu fui me transformando em outro enquanto o meu vocabulário aumentava, meu senso crítico vinha ganhando força e minha vida ia mudando, eram dias perigosos. Mas tudo piorou quando conheci a teologia e a filosofia, autores como Agostinho, Pondé, Chesterton e até a Bíblia, vinham tomando conta do meu cotidiano, direcionava a minha vida e moldava o meu pensar, e foi aí que a coisa descambou.
Eu já não engolia mais qualquer coisa, argumentos sem pesquisas embasadas e boas bibliografias eram descartados, pastores que não liam e estudavam eram detectados rapidamente e colocados de lado, teólogos de facebook massacrados e desacreditados.
Hoje eu mantenho este vício perigoso, tento seguir sendo um eterno aprendiz, buscando no estudo, seja de livros ou da Bíblia, e na oração, viver uma vida centrada em Deus, entendendo que sem leitura e oração não somos nada. E para terminar o texto, nada melhor que uma frase de Tomás de Aquino:
“Temo o homem de um só livro” (PILETTI C, PILETTI N, 2011, p. 61).
A vida de quem não lê é perigosa, cultivar este hábito é importante para viver melhor e com um senso crítico mais acurado. Porém para o cristão esta prática é fundamental.
É impossível ser cristão sem conhecer a Bíblia, é impossível sermos um imitador de Cristo se não lemos e conhecemos seus ensinos. Abrir a Bíblia só no dia em que você vai a igreja é um erro, conhecer a palavra é fundamental para sermos cristãos práticos no qual ninguém engana.
BIBLIOGRAFIA
PILETTI, Claudino, PILETTI, Nelson, História da Educação, De Confúcio a Paulo Freire, Editora Contexto, São Paulo, 2011.
