A FALÊNCIA DO HOMEM – BRUNO WEDEL

Cazuza foi um dos artistas mais influentes das últimas décadas no cenário nacional. Qualquer pessoa que seja um pouco antenada no mundo, conhece ao menos uma de suas obras. Um de seus hits é a música intitulada “Ideologia”, e ela tem muito a nos ensinar.

Cazuza foi um homem muito bem sucedido aos olhos da sociedade, alcançando tudo o que alguém possa querer. Sucesso, fama e dinheiro fizeram parte de sua vida. Ele foi um exemplo de sucesso para milhões de pessoas. Poucos meses antes de sua morte ele fez um balanço da vida, o que o inspirou a escrever essa música. Ele seguiu à risca o modelo de vida proposto pela sociedade e o resultado ele expressou nessa letra. Quero destacar algumas frases dessa musica: “e as ilusões estão todas perdidas. Os meus sonhos foram todos vendidos…”; Meus heróis morreram de overdose”; “Meus inimigos estão no poder”. Talvez a frase mais marcante seja o refrão: “Ideologia! Eu quero uma pra viver”.

Vemos aqui uma pessoa amargurada para quem a vida deu errado. Teve tudo o que alguém possa querer, mas fracassou. Meses antes de se despedir da vida, reconhece que tudo o que conquistou foi insuficiente para lhe proporcionar a felicidade. Ele precisava de algo a mais, e clamou por uma ideologia para viver. Ele pediu por algo que fizesse sua vida valer a pena de ser vivida. Cazuza chegou à mesma conclusão que o Rei Salomão, quando  afirmou: “Tudo é vaidade”. Cazuza e Salomão não são exceções quando chegam a essa conclusão. O modelo de vida proposto pelo homem construiu o mundo que conhecemos; uma sociedade falida.

Para sairmos desse círculo vicioso temos que aplicar o que Paulo escreveu:

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12,2).

Nossa vida só valerá a pena se não vivermos o que a sociedade nos propõe, e reconfigurarmos nossos princípios de vida conforme a vontade de Deus. Essa renovação da mente é a ideologia que Cazuza tanto buscou. Qualquer fórmula diferente dessa é uma simples ilusão. Pode parecer algo muito “igrejeiro”, mas não deixa de ser verdade. Cazuza apostou suas fichas no homem e perdeu. Resta a pergunta. Onde vou apostar minhas fichas? Onde você vai apostar as tuas?

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