“O silêncio não é simplesmente a ausência de barulho nem a interrupção da comunicação com o mundo exterior, mas um processo para se alcançar a tranquilidade. A solidão silenciosa faz avançar para o discurso honesto. Não estou falando de isolamento físico; aqui, solidão significa estar a sós com o Único, conhecer o Outro transcendente e desenvolver a consciência de sua identidade como amado. É impossível conhecer outra pessoa intimamente sem dedicar tempo para ficar junto dela. O silêncio faz da solidão uma realidade” (MANNING, 2007, p. 62).
Não consigo ler este trecho do livro do Brennan Maning, sem fazer uma ponte sobre o que Cristo disse sobre oração lá em Mateus 6:6:
“Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está no secreto. Então seu Pai, que vê no secreto, o recompensará” (NVI).
A grande verdade é que somos seres barulhentos, não conseguimos ficar em silêncio um minuto que seja, em contrapartida eu pergunto: Como ter um relacionamento verdadeiro com Deus se não ficamos a sós em oração com Ele? Como mudar nossa vida, guardar seus mandamentos se não buscamos a Ele? Sobre os benefícios de se gastar um tempo com Deus, quase no meio do capítulo deste ótimo livro, Brennan Manning conclui:
“Gastar” tempo com Deus de forma consciente capacita-me a falar e agir com uma força maior, perdoar em vez de alimentar a última ofensa ao meu ego ferido, agir com generosidade nos momentos mais banais. Enche-me de poder para que eu seja capaz de abandonar o “eu”, pelo menos temporariamente, num contexto maior que o meu mundinho de medos e inseguranças, apenas me aquietar e saber que Deus é Deus” (MANNING, 2007, p. 64).
O que podemos aprender com este livro? Uma das lições importantes é que a quietude, a busca silenciosa por Deus é fundamental para sobrevivermos espiritualmente. Andar neste barulhento mundo sem um tempo de solitude com Deus é impossível.
Não há mudança fora de Deus, não há vida sem Ele e sem constantemente buscarmos a Ele. Busque a solitude, ore a Deus em silêncio e entenda a necessidade desta prática para a vida cristã. Como vamos ouvir Deus se não paramos para ouvir o que ele tem a falar?
BIBLIOGRAFIA
MANNING, Brennan, O Impostor que Vive em Mim, Editora Mundo Cristão, São Paulo, 2007.
