A ERA DOS EXTREMOS

Em cada período da história um tipo de pensamento move as pessoas e culturas, de tempos em tempos estes mesmos pensamentos se vão, dando lugar a outras formas de pensar em uma espécie de círculo normativo, que acaba determinando como todos devem seguir.

Tivemos a Idade Média onde a igreja era um refúgio e que posteriormente virou vilã, impondo seus ensinos, perseguindo e oprimindo quem discordasse dela. Depois tivemos a Idade Moderna, suas explorações e expedições a fim de desvendar mares nunca navegados marcou o período onde também culminou em dois grandes movimentos. O Renascimento nos séculos XV e XVI, como tendência cultural, e o iluminismo no século XVIII. Sem esquecer também da revolução industrial iniciada na Inglaterra no século XVIII, que conduziu o homem a crer nos avanços científicos, fazendo com que as crenças religiosas ficassem em segundo plano. Após isso, tivemos no mundo duas guerras mundiais e algumas crises econômicas. Conceitos científicos surgindo e outros acabando, revelando como a ciência muitas vezes tem se mostrado equivocada e falível. E muito caos, mostrando que onde tem um ser humano, tem problema.

No momento passamos pela era dos extremos, a fácil comunicação fez com que todos “fossem sinceros”, pelo menos diante da tela do computador, com uma sinceridade que não demora em ofender, dividir e magoar. O pensamento raso e sem boas bibliografias tem sido à base deste movimento, exageros em nome da política, sexualidade e opinião, tem levado as pessoas a situações contraditórias e com isso, entregamos para a próxima geração uma sociedade ainda mais bagunçada, poluída e deficiente.

Perceba como propagandas, produtos, TV ou mídias sociais, são movidos pela crença da época. Note como suas reflexões e posicionamentos mudam conforme o mundo muda ou “evolui” segundo alguns, que de evolução parece não ter nada.

A era dos extremos tem como marca principal o reivindicar direitos sem olhar para o próximo, sem equacionar o impacto que sua ação ou proposta causará na sociedade, e acima de tudo, sem respeitar o pensamento, crença e gosto pessoal do indivíduo oposto. Outra marca é o seu extremismo, seguido de falta de reflexão, leitura e informação. São tantas teorias ou problemas que eles inventam a fim de justificar suas ações extremas, que fica difícil sentar e ter um diálogo justo com qualquer um destes. Boas soluções não vêm com fórmulas pré-fabricadas ou com discursos de dez minutos e sim com muita reflexão, trocas de informação e união.

É fácil organizar uma revolução, basta ter quem nos ouça e acredite em nossas ideias, não é tão complicado formular uma receita mágica para solucionar os problemas do mundo, o desafio é conseguir enxergar o problema de forma ampla, para não seguir complicando ainda mais uma situação ou passando por cima das pessoas erradas. Ofendendo quem não tem culpa, condenando indivíduos no qual não conhecemos. Para quem não tem conteúdo e o mínimo de pensamento crítico, ideias são perigosas e o ignorante com iniciativa é um perigo mortal.

Respeito pelo espaço alheio, é isso que está faltando hoje em dia, diálogo sem imposição, isso também está em falta. Crer que um bom argumento é a base de uma boa conversa seria uma das fórmulas do bom diálogo e para isso temos que ler, pesquisar e estudar. Levando em conta que nem sempre vamos convencer as pessoas e nem sempre estaremos certos.

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