Estamos em ano político e para completar, presenciamos um grande período de crise e desemprego. Caos em ano político é certeza de promessas milagrosas, de santos políticos que depois de eleitos, somem tão rápido como quando apareceram.
Sou um cético político, não creio mais nas soluções milagrosas propostas por muitos salvadores, que de salvadores não têm nada. Primeiro, porque quem estudou um pouquinho de política, história ou Maquiavel, vai ter sempre um pé atrás com a política. Depositar a minha esperança em um sistema onde a sua principal prática tem sido parecer algo que não é, não me deixa animado.
Segundo, porque eu não acredito que com esta nossa corrupção e má administração, algo vá funcionar. Pode vir o comunista mais consciente, com a proposta econômica mais revolucionária, que tudo vai dar errado quando se deparar com toda a burocracia e má administração. Pode vir o político de direita mais competente, com uma formula realmente coesa e genial para gerar renda e movimentar a economia brasileira, que tudo vai dar errado por conta dos ladrões, desvios e superfaturamentos. Não adianta propormos algo, enquanto o básico não funcionar. Pouco importa votar em um “salvador”, se este “salvador” não começar a consertar a casa do começo.
Eu espero que uma mudança venha, tenho uma esperança escondida lá no fundo do peito, mas na maioria das vezes é o ceticismo que impera. Afinal, desde criança eu vejo a corrupção, desde novo vejo humoristas brincando e denunciando com o humor todas as falcatruas políticas, e nada muda. É claro que eu tenho tentado votar certo, acho que é obrigação do cidadão analisar seu candidato e escolher a pessoa que achamos ser mais capaz, mesmo que nós não tenhamos mais esperança, mas no geral, creio que vou morrer sem ver mudanças. Gosto da citação de Lênin, que eu li no livro do Roger Scruton:
“… o pior tipo de governo não é aquele que comete enganos, mas aquele que, ao cometer os enganos, é incapaz de corrigi-los” (SCRUTON, 2015, p. 104).
Estamos chafurdados na lama da incompetência, penso que estas nossas opiniões polarizadas, além de nos dividir, tem colaborado para que não vejamos mais as incoerências, contradições políticas e o quanto o Brasil tem que evoluir primeiro antes de propor uma fórmula de governo.
Enquanto a máquina não estiver funcionando de acordo, qualquer outra fórmula não funcionará. Enquanto continuarmos votando em incompetentes em troca de promessas vazias e sem sentido, continuaremos no caminho do caos, e ele é um chamariz de políticos corruptos, com isso, o circulo vicioso continuará.
BIBLIOGRAFIA
SCRUTON, Roger. As vantagens do pessimismo e o perigo da falsa esperança. São Paulo: É Realizações Editora, 2015.
