INTRODUÇÃO A MISSIOLOGIA: A MISSÃO NO NOVO TESTAMENTO

A missão no Novo Testamento começa em Cristo, o cumprimento do plano de salvação proposto por Deus. E se você, ao longo das escrituras, concluir que Jesus veio somente aos judeus por ele também ser um, não se esqueça da grande comissão, escrita lá em Marcos 16:15:

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (ACF). 

O ide é para todos, não só para os apóstolos. O plano de salvação, como temos visto, não é só para os judeus. Desde o começo, o plano de Deus era salvar a toda a criatura, como a Bíblia deixa bem evidente.

Vimos que o plano de salvação começa com Deus separando Abraão, e através dele um povo. Já no Novo Testamento vemos que tudo começa com Deus enviando, não qualquer um, mas a seu próprio filho, ou uma parte de si. Mas não é só isso, no Novo Testamento também encontramos vários padrões missiológicos e é isso que vamos abordar neste texto, tendo como ênfase nesta primeira parte que a mensagem veio na hora certa. Gálatas 4:4-5 diz:

“Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para remir os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos” (ACF).

O texto de Paulo vai nos dizer que a mensagem veio no tempo certo, na plenitude dos tempos, Champlin explica que:

“O sentido dessas palavras, por conseguinte, é “o momento exato”. Quando chegou o “momento exato” para ser inaugurada a grande dispensação e a revelação da graça, Deus enviou seu filho. Foi o tempo determinado pelo Pai” (CHAMPLIN, 2014, p. 616).

Na hora determinada pelo Pai, Cristo veio e inaugurou um novo período, mas não é só isso, esta plenitude, este tempo certo, era realmente o momento exato. E temos certeza disso por conta de três fatores que foram fundamentais para o evangelho ser proclamado na época de Jesus.

 O primeiro fator foi a própria dominação romana e as suas conhecidas bem construídas estradas. Tendo o seu início no século III A.C., as estradas romanas eram conhecidas por percorrer uma grande extensão de terra. Este emaranhado de estradas alcançou a Europa, Grã-Bretanha, norte da África, Grécia, Oriente Médio, Síria e Palestina. Sendo mais de oitenta mil quilômetros de estradas só na Síria e Palestina, sem contar mais alguns incontáveis quilômetros espalhados por toda a região na qual dominava (CHAMPLIN, 2013, p. 546). Foi este sistema de estradas que colaborou para o evangelho chegar a muitos lugares. Se não fosse pela facilidade de viajar por estas estradas, o evangelho estaria comprometido:

“As estradas que conduziram os pendões romanos até à Palestina, estavam destinadas a ser as vias pelas quais o evangelho foi propagado” (CHAMPLIN, 2013, p. 546).

Não foi por coincidência que Jesus veio neste período e sim, por saber a hora certa e o momento certo para o evangelho ser propagado. Deus usa Roma e sua moderna estrada para o evangelho ser mais facilmente propagado e chegar ao maior número de pessoas.

O segundo fator que foi fundamental para a propagação do evangelho foi o idioma grego. O grego foi incorporado por uma boa parte do mundo da época, foi através dele que a mensagem foi transmitida, sendo que o grego, conhecido como koiné, era falado na maioria dos grandes centros daquela época (CHAMPLIN, 2013, p. 77).

Não quero com isso atribuir méritos vazios a estas culturas e sim, deixar claro como Cristo veio em uma época certa, seu plano tinha uma data e fatores que colaboraram para a palavra ser levada sem tantas barreiras. Sem esquecermos que naquela época já existia o Velho Testamento em grego chamado de Septuaginta (LXX), fazendo com que muitos povos tivessem contato com o pensamento hebreu.

E o terceiro fator foi a ideia grega de logos, que tem como significado primário de razão, fala ou princípio. Sendo que na filosofia o logos significa poder modelador. João 1:1 usa o termo logos para falar de Jesus, a palavra criadora e eterna que estava com Deus. Vale lembrar que o logos para filosofia não tinha começo e nem fim, funcionando assim como um ótimo exemplo para explicar quem Jesus realmente era. Por isso, quando alguém falava que Cristo era o logos, muitos dos que ouviam já entendiam muito bem o que Jesus era.

Com isso, concluímos que Jesus veio na hora certa e na data certa. Não foi nada sem planejamento, ao contrário, tudo foi bem pensado para que assim o evangelho fosse pregado, alcançando a muitos, resistindo até hoje.

A vinda de Cristo não foi aleatória, impensada, feita na emoção, ao contrário, Jesus veio em uma ocasião, onde existiam estradas, idioma e uma cultura que facilitava a propagação da mensagem. Foi tudo muito bem pensado, planejado como só um Deus o faria, para que o homem ouvisse e recebesse a mensagem de salvação.

BIBLIOGRAFIA

Bíblia Sagrada – Bíblia de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2013.

Bíblia Sagrada – Nova Tradução na Linguagem de Hoje. São Paulo: Ed. Soc. Bíblica do Brasil, 2005.

CHAMPLIM, Rn. O Novo Testamento interpretado Versículo a Versículo. São Paulo: Editora Hagnos, 2014.

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