“Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento” (Referência: Lucas 5:27-32) (NVI).
Cristo foi muito perseguido, a Bíblia não nos deixa dúvidas, pois a religião não compreendia suas atitudes, a graça com que Jesus tratou os necessitados enquanto esteve aqui na terra, não entrou na cabeça dos religiosos hipócritas da época.
Neste capítulo Jesus cura um paralítico e logo após, acaba se encontrando com Levi, um cobrador de impostos (v. 27). Veja bem, normalmente os cobradores de impostos eram judeus que trabalhavam para Roma. Estes homens acabavam sendo vistos como traidores, por trabalhar para o Império Romano, além de serem em sua maioria desonestos, cobrando impostos injustos de seus irmãos para que assim pudessem enriquecer ilicitamente.
O texto diz que Cristo andava com estas pessoas de má fama, na ocasião onde ele proferiu tal passagem ele estava em uma festa, onde os convidados eram justamente estes cobradores de impostos no qual a religião da época não se misturava. Aliás, Jesus só andava com os indivíduos que a sociedade da época considerava escória, justamente por acreditar que quem mais precisava de Deus eram eles. Contudo, tal frase proferida por Jesus pode ser vista como contraditória. Pois ele falou para os mestres da lei que não tinha vindo chamar os justos (Lucas 5: 30). O que dá a entender que eles eram justos, certo? Errado!
Veja bem, os fariseus e mestres da lei se viam como puros, santos e justos, e viam os cobradores de impostos ou todos os outros de má fama, como impuros. A mensagem que ele passa com a frase é que ele não veio para quem se considera santo e sim para quem sabe que é pecador e está arrependido pelos seus pecados. A realidade é que somos todos pecadores, no final, ninguém merece ser salvo, todos merecem a morte, contudo, Cristo veio para quem têm está mentalidade e sabe quem realmente é:
““Eu não vim chamar justos, mas pecadores ao arrependimento”. Era uma repreensão e um repúdio severo à atitude arrogante dos fariseus; Cristo não estavam sugerindo que eles estivessem se saindo muito bem sozinhos” (MACARTHUR, 2016, p.53).
Ser cristão é ter a consciência de ser pecador, é saber que sem Jesus não somos nada, esta é a prova do arrependimento e da genuína conversão. Cristo não veio para quem se achava santo, mas para quem sabia que era pecador e do quanto precisava de sua graça. O ensinamento que o texto quer passar é justamente este.
Somos todos pecadores, não há um justo sequer, sem Jesus não somos nada e era isso que os sábios da época não entendiam. Eles acreditavam em uma religião baseada em méritos, no esforço próprio, mas Cristo veio nos mostrar a graça e do quanto precisamos dela.
No fim, ninguém é justo, era isso que os fariseus da época não entendiam, eles se achavam o máximo, e consideravam os outros como escória. Jesus não veio para quem não se acha pecador, muito menos para arrogantes que se acham santos.
Só quem realmente entende a sua condição é que recebe Cristo em sua casa, é apenas quem está doente que busca cura, os que se acham sãos, continuam seu caminho, afundando em sua própria podridão.
BIBLIOGRAFIA
MACARTHUR, John. A parábola do filho pródigo: Uma análise completa da história mais importante que Jesus contou. Rio de Janeiro: Editora Thomas Nelson, 2016.
