O PODER DO FRACASSO

Já fracassou ao ponto de não ter mais saída? Já passou por situações onde os problemas lhe acusavam de incompetente? Você já sentiu o gosto da frase, “você não é capaz?” Eu já, inúmeras vezes.

Eu sei fracassar mais do que ser vitorioso, acredite nisso. Talvez por sempre estar tentando coisas novas eu acabo por quebrar a cara com constância, sei bem o gosto do fracasso e dos benefícios que a frustração nos traz, por isso não me deixo abater pela derrota, ou, como diz Artur Xexéo: “Não deixo o fracasso subir a cabeça”.

O fracasso, algumas vezes, nos joga no fundo do poço, faz com que tenhamos que lidar com o sentimento de incompetência ou que tenhamos que começar tudo de novo, além de termos que lidar com todos os sentimentos que a derrota nos traz.

Já fui alvo de algumas zombarias veladas ante o fracasso e até de algumas explícitas, acredite em mim. Já tive que lidar com a minha incompetência e ser visto como um nada, um incapaz ante as pessoas. Não é fácil, entretanto foi no fracasso que aprendi inúmeras lições.

A primeira lição foi sobre a própria infalibilidade. Desde novos ouvimos que não somos perfeitos, que cada um tem as suas falhas, mas é só durante o fracasso que entendemos isso de uma forma realmente clara.

Somos falhos, somos limitados e muitas vezes embarcamos em empreitadas com uma visão encurtada. Só amplia o seu ponto de vista quem fracassa, quem quebra a cara e entende quem realmente é. É fracassando que nos aprimoramos, é na derrota que enxergamos as possibilidades. Há quem diga que Thomas Edison, o inventor que tentou mais de 1000 vezes até conseguir inventar a Lâmpada, disse que não fracassou nenhuma vez, ele apenas descobriu as 999 maneiras da Lâmpada não funcionar, eu não sei se foi isso que aconteceu comigo nestes inúmeros fracasso, apenas só sei que aprendi muito.

A segunda lição que o fracasso nos traz é a própria empatia. É durante a derrota que a prendemos a sentir a dor do outro, que acabamos por ter mais paciência, que ajudamos mais do que atrapalhar. O fracasso une as pessoas, constrói propósitos e resoluções. A derrota nos deixa mais humanos, capazes de ver o próximo como igual.

Não somos superiores e por mais que alguns sejam mais inteligentes do que outros, ninguém tem o direito de passar por cima do outro por conta disso. O fracasso nos faz ter esta consciência, nos deixa com o pé no chão e mais empático, o fracasso faz do homem mais homem, tornando sua vida mais construtiva, que egoísta e destrutiva.

A perseverança é a terceira lição, sendo que entender que nem tudo acontece de primeira é básico para que possamos amadurecer. Persevere, aprenda a enxergar os seus equívocos e prossiga. Ganha apenas quem tem o poder de aprender, quem tem a capacidade de cair e se levantar.

Você vai se impressionar quando descobrir que muita gente talentosa só chegou lá pela persistência. Nem todos têm o dom natural para a coisa e por mais que alguns tenham, praticar e estudar é básico para nos desenvolvermos, por isso que a persistência é importante. Nem tudo vem de graça, tudo custa algo, chega lá quem persiste.

 Mas o fracasso nos traz uma quarta lição, que é recomeçar de uma forma melhor. As vezes, no afã de realizar algo, tapamos nossos ouvidos para os avisos, dicas e opiniões, seguimos cegos e acabamos por não ver o nosso erro. O fracasso é uma ótima oportunidade para começar da maneira certa, de aprender o que dá errado e seguir para o que dá certo.

Recomeçar nunca é fácil, mas é preciso aprender, só é preciso um pouco de humildade e paciência, entendendo que nem tudo é do nosso jeito e também que o mundo não gira em torno do nosso umbigo.

O fracasso é poderoso, principalmente para aquele que não é adepto do coitadismo, para aquele que não tem medo de recomeçar e tentar mais uma vez.

Nem tudo é da nossa maneira, nem tudo o que fazemos dá certo, por isso que a humildade é básica para uma empreitada de sucesso, por isso persevere, aprenda com o erro e prossiga transformando o fracasso em momentos de aprendizado.

2 comentários sobre “O PODER DO FRACASSO

  1. SOU PALHAÇO… e o Palhaço trabalha seus fracassos para trocar energias com a plateia… ele não liga para o ridículo e ainda se aproveita de todos os seus defeitos… o Palhaço é o ser humano no fundo do poço… o Palhaço é o que não sobe no Trapézio, não sabe entrar no Globo da Morte, não consegue andar na corda bamba. Palhaço é o ser humano que mais se parece com a plateia… por isto a plateia se identifica com o Palhaço. A diferença é que o Palhaço não se importa em errar e joga os erros com o público… parabéns pelo seu texto… me identifiquei muito.

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