JESUS: UM MESTRE DA MORAL OU DEUS?

Recentemente eu assisti um vídeo no qual um monge budista explica quem seria Jesus. E segundo ele, Jesus foi um mestre da moral, um homem bom e sábio. Na verdade já ouvi isso de muita gente, a maioria deles querendo passar por intelectual ou sábio, o problema é que quem geralmente tem este tipo de conclusão, provavelmente nunca deve ter estudado a Bíblia.

 Em contrapartida um tempo atrás um amigo me perguntou por que as afirmações de Jesus às vezes soavam arrogantes?  Pois quando lemos a Bíblia é assim mesmo que soa muitas das vezes, e esta é uma das provas de que este já leu os ensinos de Jesus.

Considero um desafio e tanto ler passagens como “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim (João 14:6) ou “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá (João 11:25) ou até Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim (Mateus 10:37) e concluir que Cristo era uma pessoa humilde, principalmente se ele fosse apenas uma pessoa, um homem sábio. Com isso, ficamos em um impasse, quem é Jesus um homem sábio ou Deus? C. S. Lewis acrescenta um ponto importantíssimo:

“Cristo diz que ele é “humilde e manso”, e nós acreditamos nele; e não percebemos que, se ele fosse meramente um homem, a humildade e a mansidão são as últimas características que poderíamos atribuir a alguns dos seus ditos” (LEWIS, 2017, p. 86).

Convenhamos, uma pessoa humilde, um mestre da moral, não fala coisas no qual ele falou, com isso temos duas hipóteses sobre Jesus. Ou ele é o que afirmou ser (Deus), ou ele era um louco ou coisa parecida. Mas um mestre sábio, isso não tem como afirmar. John Stott acrescenta:

“Este é o paradoxo de Jesus. Suas afirmações soam como delírios de um lunático, mas ele não mostra nenhum sinal de ser um fanático, um neurótico, nem muito menos um psicótico. Ao contrário, ele se apresenta nas páginas dos evangelhos como o mais integrado e equilibrado dos seres humanos” (STOTT, 2004, p. 50).

Leia um pouco sobre Jesus, estude por você mesmo e veja como Ele não pode ter sido outra coisa. Cristo andou na contramão, ajudou a quem precisava, mas confrontou os arrogantes religiosos de sua época. Ele afirmou ser Deus, mas não demorou em servir. Ele morreu em uma cruz, mas mesmo pendurado pediu a Deus que os perdoassem (Lucas 23:34). Jesus foi o que ninguém foi e nem vai ser um dia, ele foi 100% Deus e homem, mas apenas um homem sábio é impossível. Gosto de como John Stott termina um dos capítulos do seu livro, a frase é linda e verdadeira:

“Por que sou cristão? Intelectualmente falando, é por causa do paradoxo de Jesus Cristo. É porque aquele que afirmou ser o senhor dos seus discípulos humilhou-se para ser o servo deles” (STOTT, 2004, p. 50).

Enfim, Jesus é Deus e nunca deu espaço para ser outra coisa, entretanto se você ainda o acha louco e difícil de compreender, bem vindo ao clube. Pois só alguém diferente, verdadeiramente ama e se doa a seres humanos que não cansam de coloca-lo de lado. Só um Deus de verdade conseguiria vir, falar e fazer o que Ele fez, coisa que dificilmente um homem sábio faria no lugar dele.

 

BIBLIOGRAFIA

STOTT, John, Por que sou cristão, Edidora Ultimato, Viçosa,2004.

LEWIS, C. S. Cristianimo puro e simples, Editora Thomas Nelson, Rio de Janeiro, 2017.

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