Certo fazendeiro resolveu um dia fazer uma viagem, seu objetivo era encontrar a tão falada cidade do conhecimento que seu pai tanto comentava. Diante de tal missão, contratou ajudantes, reuniu recursos e foi em busca de seu sonho maior.
Ele gastou meses de sua vida procurando, precisou enfrentar intempéries, aventuras e dificuldades até acabar em uma pequena cidade, em um interior muito afastado da capital. Lá, ele encontra uma pequena venda e resolve parar para beber algo gelado.
Durante a parada de descanso, ele desabafa com o dono do estabelecimento, conta todas as suas aventuras e aprendizados, detalhando todos os episódios de sua fracassada busca.
Logo no fim da narrativa, o dono do local, que só ouvia, resolveu falar, e revela que ele já havia achado a tão procurada cidade.
Assustado com tal declaração, ele pergunta onde é, e o dono da venda explica que o conhecimento e a relevância se adquire com a própria caminhada, são as buscas, experiências e fracassos que ele havia vivido durante a viagem, que constituíam no conhecimento, na experiência. Não existe um local certo para buscar, mas um estado de espírito, uma vontade, um impulso em querer saber e em crescer.
As vezes saímos em busca do segredo, do livro certo, da fórmula do aprendizado e não percebemos que o trajeto, os fracassos e vitórias nos ensinam, basta abrir a cabeça. Talvez o querer, seja o nosso grande professor.
Ouvi um professor, certa vez, contar como ele conseguiu estudar e entender os grandes e difíceis livros clássicos de filosofia, o segredo dele era que ele apenas quis entender.
Confesso que achei o conselho estranho, mas por considerar o homem inteligente, resolvi por em prática, tentando entender o livro no qual mais achava difícil, e funcionou.
Quem quer aprender aprende, basta um olhar, basta se dedicar, ler e continuar. Só cresce quem é realmente dedicado, comprometido e persistente, já que muita coisa não aprendemos de primeira.
Não existe a universidade perfeita, pouco importa de onde vem o seu diploma, quem foi o seu professor ou qual foi o método de aprendizado, e sim, que tipo de estudante que você é.
Hoje eu não me impressiono mais com diplomas, nomes de faculdades ou coisas do tipo e sim, como este estudante é, o quão comprometido ele é nos estudos.
Não existe um local sagrado do conhecimento, nem uma cidade mística, mas uma atitude, uma maneira de ser que vai além um lugar ou endereço.
Conheci mestres e doutores ignorantes dos pés a cabeça, que não enxergavam o óbvio, nem percebiam suas contradições. Em contrapartida, conheci gente analfabeta, digna de um título de filósofo. Pois quem quer aprender aprende, ser relevante é um tipo de ser, não se constrói na universidade, é uma força de vontade, tem que querer para ser.
