Um ponto que as vezes passa despercebido quando lemos a Bíblia é justamente sobre motivações. Sobre por que fazemos o que fazemos, sobre qual é o motor que nos leva a agirmos de certas formas.
O capítulo 6 de Mateus narra alguns episódios muito comuns em nosso meio que são: orar, jejuar, sobre a importância que damos as riquezas etc. Sendo que entre todos estes fatos, uma questão fica bem clara: Qual é a sua motivação para fazer o que você faz?
Cristo deveria estar cansado de ver homens jejuarem, darem esmolas ou orar com a motivação errada, se fazendo de santos e piedosos. O curioso era que a multidão muitas vezes via aquelas atitudes hipócritas dos religiosos como atitudes espirituais, mas Jesus sabia quem eles realmente eram e para estes e todos os outros hipócritas o texto nos dá 3 avisos.
O primeiro aviso é que Deus conhece o nosso coração, pois ele tudo vê. Não adianta você achar que está enganando alguém, pois a Deus ninguém engana.
Diante disso é importante ter a consciência de que a nossa vida deve ser uma vida de eterna oferta a Deus, e que tudo o que sentirmos em fazer, sendo importante ou não aos olhos dos homens, deve ser feito com o propósito de agradar ao nosso Pai e somente a ele.
O segundo aviso que fica claro no texto é que se você busca recompensas terrenas, são só elas que você vai ter.
A vida é feita de prioridades e se as suas são apenas as coisas terrenas, é só recompensas terrenas que você receberá. Quer parecer ser um bom cristão? Você vai parecer aos olhos dos homens. Quer parecer ser um cara generoso? Você vai ser conhecido assim por todos os amigos. Quer parecer ser um cara de oração? Com certeza aos olhos de todos você será, não tenha dúvidas, mas entenda que Deus saberá o quão fraudulento sua vida é.
O querer ser deve estar ligado com a nossa prioridade de agradar a Deus, e não no fato de nos mostrarmos a todos. É muito pouco viver a vida para agradarmos a homens, a vida é muito passageira para cultivarmos práticas que morrerão com este mundo.
Mas existe uma terceira lição, com certeza a mais importante que aprendemos com este texto. O resultado vem só para quem têm as prioridades certas.
Deus não é um gênio da lâmpada, que existe a fim de realizar nossos desejos. Ao contrário, nós existimos para fazer a vontade de dele.
Ser cristão é saber bem quem somos, é servir, é ter Deus como centro de tudo. Penso que tudo começa a ter sentido em nossa vida quando entendemos quem somos e o que viramos quando não olhamos para Deus. Anselm Grün tem uma citação que resume bem a questão:
“Onde não há humildade, também não há Deus” (GRÜN, 1994, p. 106)
Sendo que o ponto principal da humildade é entendermos que sem Deus somos autodestrutivos.
Por isso não engane Deus, nem ache que agradar a homens é um exercício cristão. Entenda quem você é e faça as coisas tendo Deus no centro de tudo. Que a sua motivação seja apenas uma e que viver o evangelho seja uma atitude natural e não uma vida de representação, buscando aplausos que no fim de tudo não valerão para muita coisa.
BIBLIOGRAFIA
GRÜM, Anselm. O céu começa em você: A sabedoria dos padres do deserto para hoje. Rio de Janeiro: Editora Vozes,1994.
