TEIMOSIA OU DETERMINAÇÃO – ANA CLAUDIA QUINTANA ARANTES

“Teimosia ou determinação dizem respeito à mesma energia, mas são identificadas somente no fim da história. Se deu errado, era teimosia. Se deus certo, era determinação” (ARANTES, 2019,  44).

Quem me conhece sabe que eu não desisto fácil de algo, sou bem consciente de que o que vale a pena não vem fácil, é preciso lutar, se aperfeiçoar, e persistir. A própria história nos mostra isso, foram inúmeros cientistas, pensadores ou escritores que precisaram insistir e ouvir muitos “nãos”, antes de conseguir sucesso em seus objetivos. Aparte interessante é que são muitos os que insistiram, mas que deram errado, o que faz com que o assunto “teimosia ou determinação” fique interessante.

Eu sempre me preocupei ao entrar em alguma empreitada, em não estar sendo teimoso, em não confundir teimosia com determinação, nunca gostei de quebrar a cara ou ver tudo dar errado. O curioso é que não existe formula e a dúvida acaba colaborando para que insistamos no erro ou até persistamos, conseguindo chegar ao sucesso no objetivo.

 Há muito tempo atrás, quando eu estava entrando na música, eu tinha o sonho de ter uma banda. O problema era que eu era um músico iniciante que queria tocar um estilo musical que exigia que eu já tivesse certa técnica. Uma boa parte dos meus amigos falaram que eu não iria conseguir, mas consegui. Posteriormente passei por uma situação parecida quando montei uma banda e também a maioria dos amigos me falaram que não iria dar certo, mas deu, gravei dois CDs e toquei por muitos lugares no Brasil, não fiquei famoso mundialmente, mas na cena do estilo musical, fomos conhecidos.

Hoje sou músico e uso a mesma força de correr atrás, estudar e me dedicar, também em minha vida acadêmica. A banda serviu para que eu aprendesse a me dedicar e entendesse que certas coisas demandam tempo e estudo, mas poderia ter dado tudo errado, não acha?

O problema é que não fazer por medo de perder é perder duas vezes, pois com certeza em alguns casos, você vai ter que conviver com o sentimento de que você poderia ter tentado e até conseguido.

Eu diria nestes complicados casos, que antes de você embarcar em algo, sendo ele uma empreitada que você sabe que vai dar resultado ou não, pare e tente entender o que vai perder, analise bem o que você está disposto a sacrificar se não conseguir. Você se frustra menos ao entrar em algo com o pé no chão. Eu também diria para você não nutrir tanta expectativa, às vezes você pode até conseguir, mas não da forma que você tinha imaginado, com isso você chega lá, embora um tanto quanto distante de onde planejou.

Quando eu resolvi me empenhar em estudar música eu sabia que o máximo que eu iria perder era tempo e a tristeza de não ter conseguido. Não investi um dinheiro alto, não arrisquei trabalho, nem fiz escolhas que fizesse com que eu ficasse em maus lençóis, era só tempo e tempo perdido com aprendizado é sempre tempo ganho, mesmo que o aprendizado fosse saber que eu não levava jeito para tal coisa, por isso resolvi encarar o projeto. Já embarquei em coisas que eu iria perder muito mais que tempo e resolvi arriscar consciente, tudo vai depender de como você encara a situação. Warren Buffett tem uma frase que eu acho que ajuda muito e resume bem o caso:

“Nunca teste a profundidade do rio com os dois pés”.

Tenha sempre o pé no chão e cuidado ao apostar tudo. Sempre entre consciente do quanto você pode perder para não se frustrar e aceite o resultado.

BIBLIOGRAFIA

ARANTES, Ana Claudia Quintana, A morte é um dia que vale a pena viver, E um excelente motivo para se buscar um novo olhar para a vida, Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2019.

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