“As crises agravam as incertezas, favorecem os questionamentos; podem estimular a
busca de novas soluções e também provocar reações patológicas, como a escolha de um bode expiatório. São, portanto, profundamente ambivalentes” (MORIN; VIVERET, 2015, p. 09).
Eu me lembro muito bem de quando a crise brasileira começou a dar os primeiros sinais, quando tudo começou a ficar difícil e o desemprego chegou a números exorbitantes. Infelizmente eu fiz parte da estatística, e perdi o emprego junto com muita gente que teve que se virar neste período difícil. Felizmente as dificuldades fizeram com que eu corresse atrás, estudasse mais e buscasse novos
caminhos. Não é fácil viver em tempos de crise, a crise traz muita tristeza e instabilidade, eu não tenho dúvidas disso, contudo, a crise me obrigou a ir em busca do novo, de novos caminhos e novas oportunidades, isto é o mínimo que os momentos difíceis fazem conosco.
É claro que não tem como colocar a crise apenas como uma ótima oportunidade para crescer, muito menos tem como seguir as máximas do senso comum que diz que: “Ostra que não foi ferida, não produz pérola”, pois tal frase só funciona se o outro lado for consciente suficiente e ter força e determinação para vencer os períodos de crise. Cada caso é um caso e cada pessoa é uma pessoa, não dá para comparar.
Entretanto um dos meus segredos, que eu espero que seja útil para você, foi justamente não
procurar um bode expiatório, é se abster de gastar tempo em encontrar o culpado e se dedicar em ir em busca da solução.
Outro segredo é entender que as vezes precisamos enterrar o passado, não ficar chorando pelo que se foi e muito menos viver na nostalgia, nos lembrando de como era bom o tempo no qual trabalhávamos em tal empresa, ganhávamos bem ou coisa parecida. Eu trabalhei em ótimas empresas antes da crise, mas entendo que aquilo se foi, aprendi a duras penas a olhar para frente e ir em busca do novo, de novas oportunidades.
Aprenda que para olhar para frente, precisamos o quanto antes aprender a encerrar ciclos, entender que o que passou se encontra no passado e não volta mais. Assuma seus erros, lamente se caso suas atitudes tenham sido ruins, e se concentre em não repetir quando uma nova oportunidade chegar. A questão é
aprender com os erros, e não ficar se lamentando.
Os problemas não podem virar âncoras, que nos mantém imóveis, sem qualquer ação e sim, servir como molas, que nos impulsionam para novas oportunidades. Ou você aprende a crescer com as crises, ou vai seguir sempre ancorado, não tem outra saída.
BIBLIOGRAFIA
MORIN, Edgar.; VIVERET, Patrick. Como viver em tempo de crise. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2015.
