O Ser humano é conhecido por ter a capacidade de pensar e refletir, esta é uma das suas grandes características, pelo menos deveria ser. Afinal, creio que um dos seres vivos mais contraditórios seja o ser humano, ele é um misto de sabedoria e loucura, coerência e insanidade. Ao mesmo tempo que ele possui a capacidade de pensar, ele faz coisas sem pensar, se prende a teorias que por si só, já se mostram equivocadas, segue em seu autoengano, acreditando estar certo, mesmo que os fatos mostrem que não.
O homem vive como se não existisse amanhã, destrói a natureza como se ela não fosse importante, consome todos os recursos naturais como se fossem renováveis, e depois não entende porque as catástrofes climáticas estão acontecendo. Isso quando não afirma que é tudo manipulação da mídia, entre tantas teorias e formas estranhas de pensar.
Edgar Morin, um antropólogo, sociólogo e filósofo, propõe um rótulo curioso ao homem, ao invés de chamá-lo de Homo Sapiens, ele acredita que deveria se chamar de Homo Sapiens Demens. Afinal, em meio a genialidade humana, a sua incrível capacidade de pensar, criar e construir coisas, possuímos também uma certa loucura, uma insanidade que nos sabota e nos faz seres contraditórios (MORIN, VIVERET, 2015, p. 55).
O ser humano é dono de uma enorme capacidade, contudo, possui o poder de se autossabotar. Seja por quantificarmos nossos problemas, por não refletirmos sobre as nossas ações, ou por insistirmos em nos compararmos com outras pessoas. Como se o mundo fosse uma grande competição, ou como se ele existisse para nos servir, enquanto deitados eternamente em berços esplêndidos, bastaria aguardar, que tudo o que quiséssemos cairia em nossa frente.
É claro que o mundo é injusto, eu também concordo que nem todos nasceram com as mesmas oportunidades, eu fui um deles. Mas nem por isso deixei de lutar, de refletir e buscar formas de tentar mudar a minha realidade.
Somos seres contraditórios, um misto de loucura e sabedoria. Por mais que tenhamos a capacidade de pensar, ou a consciência de quem nós somos, e de que existimos, coisa que os animais não possuem, muitos de nós (se não a maioria) nem se conhecem, mal percebem seus defeitos e qualidades.
Em sua genialidade, o homem se sabota a todo o instante. Por mais que tenhamos inteligência, não percebemos, em muitos casos, o tamanho da nossa ignorância. Este é o ser humano, o ser que pensa que sabe pensar, mas que no final, não percebe que não está pensando.
BIBLIOGRAFIA
MORIN. Edgar, VIVERET. Patrick, Como viver em tempos de crise, Editora Bertrand Brasil, Rio de Janeiro, 2015.
