O CAMINHO ESPIRITUAL DO AUTOCONHECIMENTO

“No monaquismo, a vereda espiritual sempre foi também um caminho de amadurecimento humano. Conhecimento próprio e conhecimento de Deus estavam estreitamente relacionados” (GRÜN, 2006, p. 12).

A tradição monástica deixou para os cristãos muitas lições e ferramentas úteis para aqueles que pretendem desenvolver uma fé coerente e sadia. A própria contemplação, a solitude e muitas outras práticas, são ótimas ferramentas, que alguns cristãos protestantes infelizmente abandonaram. Com a reforma protestante, muitas práticas foram colocadas de lado e algumas até demonizadas, como se tudo não fosse cristão e muito menos útil. E quem perdeu com isso foi a igreja, que deixou de desenvolver uma fé madura e coerente, tudo por pura falta de pesquisa e informação.

Para alguns monges, o autoconhecimento é fundamental para a espiritualidade. Saber quais são os nossos erros e paixões da alma, como eles mesmo falam, é fundamental para os cristãos que anseiam por uma intimidade com o criador. É impossível olhar para Deus, sem antes sabermos quem somos. A própria busca e necessidade, começa com o reconhecimento de nossa finitude.

Não é possível empreender a busca por conhecer a Deus, sem antes não nos conhecermos. Saber quem realmente somos é imprescindível para uma vida genuinamente calcada na palavra.

Muitas vezes nossas práticas devocionais, a falta de oração e leitura bíblica, se dão justamente por não sabermos quem somos e como deveríamos agir, para que consigamos introjetar em nossa vida estes fundamentais hábitos.

Quando pontuamos quem somos, nossos defeitos e qualidades, descobrimos o que fazer para desenvolver as disciplinas espirituais. Práticas que todos os cristãos deveriam estar fazendo.

Quem sabe quem é, entende a necessidade de buscar a Deus para ter uma vida coerente e busca dia a dia, sem desistir, ter uma vida fundamentada nestes hábitos.

Aquele que não se conhece, desconhece quem é e como lutar contra seus males.

BIBLIOGRAFIA

GRÜN, Anselm, Ser uma pessoa inteira. Editora Vozes, Rio de Janeiro, 2006.

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