PALAVRAS QUE ANUNCIAM VIDA

Há muito tempo fui a um show da banda Mortification em minha cidade. A banda é lendária no cenário cristão, e na época, o vocalista e líder da banda, Steve Rowe, estava tratando de leucemia. Seu testemunho é realmente impactante, o modo como Deus cuidou e usou a sua vida é realmente fenomenal.

Neste show, o vocalista, por conta da doença, quase não parava em pé, sendo que em meio a apresentação, a direção do show, que estava acontecendo em uma igreja, permitiu que alguns fãs da banda subissem no palco. E um deles, meu amigo por sinal, resolveu abraçar o vocalista, e foi quando ele caiu, por conta do susto e da doença que o deixava fraco. Ainda mais que o vocalista estava com muito medo de ser atacado por satanistas, que naquela época, chegaram a ameaçar o vocalista e o evento.

O show parou e no lugar da música, uma enxurrada de palavrões dos muitos cristãos que estavam assistindo, tomou conta do lugar, em uma cena que eu considero icônica e contraditória, visto que a maioria das pessoas que assistiam eram cristãos.

Palavras são muito importantes, são sentenças que comunicam uma opinião, um modo de pensar ou mesmo como estamos nos sentindo. Com a língua, podemos bendizer a Deus ou mesmo louvá-lo, e o pior é que com ela, também podemos ofender ou amaldiçoar.

O que esquecemos é que as palavras traduzem o que somos, o modo como falamos, agimos e nos comunicamos, diz muito sobre nós e sobre o que acreditamos. Zacharias Heyes define bem o poder da comunicação quando afirma que:

“Palavras que louvam a Deus são palavras que geram vida, que incentivam a vida do outro, que o encoraja e fortalece. As minhas palavras estão em contato comigo mesmo, elas expressam o que sou? Ou será que eu as digo porque quero defender minha posição?” (HEYES, 2020, p. 63).

É interessante como estamos sempre defendendo os nossos pontos de vistas, ou estamos a qualquer momento prontos a nos posicionar, deixando claro quais são as nossas opiniões. Conceitos estes muitas vezes vazios, frutos de especulações ou mera escuta. As vezes somos rápidos em falar ou mesmo xingar, como no exemplo que eu citei, e tardios em ouvir, ajudar e meditar.

O que você tem anunciado, vida, graça ou mesmo louvores a Deus? Ou impropérios e conceitos deturpados, que vão de encontro a quem você é? Lembre-se que o modo como falamos e agimos, diz muito sobre nós. Nosso comportamento, infelizmente nos define, ainda mais, quando afirmamos que seguimos a Cristo.

Por isso, preste bem atenção em suas palavras, priorize mais em anunciar vida, apoio e motivação, do que desânimo, desmotivação ou impropérios. Como nem sempre conhecemos a realidade das pessoas, seja aquele cristão que apoia e incentiva.

Anuncie a vida, discorra sobre a esperança e o Deus que nos transforma, espalhe a palavra da verdade, que o mais, Deus fará.

BIBLIOGRAFIA

HEYES, Zacharias. Rituais para o encontro consigo mesmo. Petrópolis: Editora Vozes, 2020.

Deixe um comentário