DEFENDENDO A REPUTAÇÃO

Há alguns anos, eu estava com um amigo em uma lanchonete, quando de repente ele começou a me fazer algumas críticas. A primeira reação que tive foi me justificar, mas fiquei quieto. Optei por ouvir o seu parecer e verificar se havia verdade em suas palavras. É sempre importante prestar atenção na opinião dos outros sobre nós, como nos veem e qual é a leitura que fazem das nossas ações. Em outros tempos, eu me justificaria, mas naquele dia eu já havia aprendido como é bom e libertador não nos justificarmos. Richard Foster, no livro Celebração da disciplina, acrescenta:

“Observe, por exemplo, quanto do que falamos tem como objetivo justificar nossas ações. Achamos quase impossível agir e permitir que o ato fale por si mesmo. Precisamos explicá-lo, justificá-lo, demonstrar que é justo. Por que sentimos essa compulsão de eliminar qualquer dúvida? Por causa do orgulho e do medo; porque nossa reputação está em jogo!” (FOSTER, 2020, p. 115–116).

O ser humano tem dentro de si um orgulho, que o guia e força-o a se justificar, salvar a sua honra e a sua reputação, conforme é dito às vezes. Não queremos que pensem qualquer coisa sobre nós, por isso nos esforçamos tanto em argumentar e nos justificar.

Com isso, ao invés de dialogar sobre ideias, acabamos a todo o momento falando sobre nós, nossas ações e a defender uma reputação que achamos que está em jogo. Em uma atitude totalmente orgulhosa e arrogante.

É claro que tudo o que falam de nós pode estar tanto equivocado quanto certo. O interlocutor pode estar fazendo uma crítica honesta ou mesmo sendo desonesto conosco, nem sempre tem como sabermos. Mas o que quero apontar com esta reflexão é que não precisamos a toda hora nos justificar. É possível ouvir e deixar de lado as nossas defesas e justificativas.

Aprendi que nem sempre conseguimos mudar a opinião que alguém tem de nós. Às vezes, é melhor nos concentrarmos em nossas atitudes e deixar que o tempo e as nossas mudanças falem por si só. Sendo que, mesmo assim, alguns não vão perceber.

É importante entender que, mais do que defender o nosso ego, precisamos buscar a mudança, tendo como motivação a melhoria contínua. Esta deve ser a nossa prioridade, ao invés de ficarmos perdendo tempo em ajustar o modo como as pessoas nos veem.

Considero totalmente curioso como alguns não percebem as mudanças em nós e a todo o momento falam conosco como se ainda fôssemos aquele antigo indivíduo. Eu também acho curioso aqueles que a todo momento ficam arranjando desculpas e justificativas para as suas atitudes. As duas ações são complicadas, mas precisamos aprender a lidar com ambas.  

Aprendi a não ligar e a rir, descobri que avaliar o que é dito é muito melhor que ficar perdendo tempo arranjando desculpas. Você não precisa ficar defendendo a sua reputação, ao invés disso, é muito melhor você se concentrar em melhorar a cada dia, pois é isso que vai fazer diferença em sua caminhada, que nos mais, é só opinião.

BIBLIOGRAFIA

FOSTER, Richard. Celebração da disciplina: O caminho do crescimento espiritual. São Paulo: Editora Vida, 2007.

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