FABRICANDO PROBLEMAS

“É impossível evitar o inevitável, mas é possível ter calma e não apressar os resultados, para saber como agir quando o inevitável chegar”. (Guilherme Augusto).

O diagnóstico era “tumor benigno”, sempre considerei contraditória a palavra “tumor” e “benigno” estarem na mesma frase, pois nenhum tumor parece ser benigno.

Eu precisava fazer a cirurgia com uma certa urgência, pois para piorar, o tumor havia chegado no nervo da face. Caso não fosse feito algo, eu perderia o movimento do lado direito do rosto. O grande problema era que eu também corria o risco de perder o movimento com a cirurgia, por ser um local muito delicado. O melhor dos diagnósticos era que eu iria ficar alguns meses fazendo fisioterapia para recuperar o movimento da face.

A situação me ensinou que o inevitável sempre acontece, não tem escapatória. O problema é que nós insistimos em gastar forças, seja adiantando um problema que nem aconteceu, ou seja tirando conclusões precipitadas e assim sofrendo por antecipação. Em ambos os casos, gasta-se muita energia, isso tudo sem ao menos dispormos de uma certeza. No final, a pessoa sofre duas vezes, ou sofre a toa, ao descobrir que o problema não era tão grave.

Resolvi mergulhar nesta situação, eu não tinha saída e por isso, enfrentei o processo esperando o resultado para saber o que fazer. O momento não era de elucubrações, lamentações e muito menos de construir teorias e diagnósticos, e sim, de respirar fundo, e enfrentar a cirurgia. E foi o que fiz.

A cirurgia acabou sendo longa, pois o local estava muito mais danificado do que os profissionais imaginaram. E quando eu acordei, depois da cirurgia, o meu primeiro movimento foi o da face. Me lembro que ao abrir os olhos, pude ver a doutora e a minha esposa sentadas esperando, e eu pude perceber um semblante de alívio quando ela percebeu que tudo estava normal, que a cirurgia não havia afetado o movimento do meu rosto. Nós três, eu, a doutora e a minha esposa, nos alegramos e eu agradeci a Deus, por ele ter cuidado da minha vida neste período complicado.

Não podemos evitar alguns problemas, mas podemos procurar a calma e não ficar imaginando diagnósticos ou mesmo situações que ainda nem aconteceram. Precisamos estar preparados é bom ser precavido, o perigo é sofrer por antecipação, este é um grande erro.

Aprenda a confiar em Deus e a deixar que os problemas surjam na hora certa ao invés de ficar imaginando resultados catastróficos. Largue o controle e descubra como é libertador viver um dia de cada vez.

Quem imagina problemas sofre à toa. Agora, aquele que busca dar um passo de cada vez, tendo calma, sem imaginar catástrofes, segue mais tranquilo, confiando que Deus está ao seu lado.

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