“A ideia de que o mal são os outros impede a humanidade de tratar sua própria barbárie interior” (MORIN; VIVERET, 2015, p. 58).
O ser humano é mestre em transferir a culpa. Na política, o partido de oposição é sempre o culpado. Em nossa carreira profissional, a culpa dos nossos fracassos é sempre a falta de oportunidade. Na vida amorosa, a culpa é sempre do cônjuge (e não é?).
O problema talvez seja que muitos se conhecem pouco, aceitam pouca crítica e não percebem seus erros e contradições, com isso, optam por terceirizar a culpa, afinal, é bem mais fácil. Parar para refletir e se autoavaliar é sempre um processo incômodo e demorado.
É comum vermos pessoas transferindo a culpa, não assumindo suas responsabilidades, culpando terceiros por fracassos. É sempre mais fácil transferir do que assumir a responsabilidade e mudar. Mudar é sempre difícil, requer abrir mão de algumas coisas, e sair da zona de conforto, assumindo os nossos erros e defeitos com coragem.
A parte contraditória é que todo o ser humano sabe que ninguém é perfeito, que ele é propício a falhas, equívocos e enganos, mas poucos realmente sabem seus defeitos, e param para se autoavaliar e trabalhar as suas dificuldades.
A mudança só vem com o autoconhecimento aliado a prática de assumirmos os nossos erros. Quando pontuamos bem nossas partes ruins, abrimos espaço para a possibilidade de mudança e seguimos cada vez melhores.
Ninguém muda antes de assumir quem é, e admitir que precisa mudar em determinadas áreas. Assumir o erro, faz parte do caminho da mudança e do crescimento. Quem não assume seus erros permanece na mesma, culpando os outros e permanecendo estagnado.
BIBLIOGRAFIA
MORIN, Edgar.; VIVERET, Patrick. Como viver em tempos de crise?. Rio de Janeiro: Editora Bertand Brasil, 2015.
