“Uma coisa morta pode seguir com a corrente, mas só uma coisa viva pode ir contra ela” (CHESTERTON, 2010, pg. 10).
Cresci em um contexto onde fazer perguntas era quase um crime, era um grande pecado ter dúvidas, questionar ou perguntar. Na escola, era atestado de burrice, entre os amigos, uma piada.
Quando eu cresci abandonei as coisas de menino e aprendi a sutil arte de pensar e questionar. Deste tempo em diante, nunca mais tive problemas em fazer perguntas, prefiro pecar por fazer perguntar demais, do que errar por ter pensamentos equivocados.
O mundo o senso comum faz com que a vida seja toda fácil, e para quem não gosta de pensar, até é. Basta se entregar a última teoria e seguir a correnteza, comprando pensamentos pré-moldados e sem conteúdo.
Na igreja não é tão diferente, pelo menos em algumas. Basta ir na campanha da prosperidade e comprar tudo o que o pastor vende no púlpito, sem conferir na palavra, como se o evangelho tivesse a função de apenas agradar as pessoas. Por isso, desconfie das igrejas que não permitem questionar, quem tem medo de perguntas, no fim, não tem certeza e é alheio a investigação.
É bem verdade que pensar é um desafio, questionar o que lemos ou ouvimos, é uma guerra, pelo menos em um lugar onde a reflexão não é tão presente. Eu desconfio de quem segue cego por não olhar para todos os lados, de quem não aceita um bom diálogo.
Um ponto de vista, delimita um lugar, um ponto do qual a questão está sendo observada. Deixando explícito no escopo de sua frase que algumas questões tem mais de um lado, as vezes temos que sair do nosso ponto para entender o todo.
Quem não pensa segue a marcha, não olha para os lados, aceita qualquer coisa sem refletir. Pensar é sempre um desafio, é ter que ouvir e ser humilde para aceitar nossos equívocos.
A questão é que na teoria sabemos que somos falhos, que ninguém é perfeito. O problema é que na prática agimos de modo diferente. É preciso adequar a nossa teoria a prática, caso contrário, seguiremos construindo apenas contradições.
BIBLIOGRAFIA
CHESTERTON, G. K, O homem eterno, Editora Mundo Cristão, São Paulo,2010.
