“Aqueles que querem cantar sempre encontram uma canção” (PERCY, 2016, p. 30)
Eu lembro de forma bem clara todos os meus momentos de dificuldade e dos problemas financeiros. Principalmente das horas no qual eu tentava uma determinada empreitada e não via resultado. Guardo na memória justamente para não perder o aprendizado e também para não esquecer o que Deus fez em minha vida este tempo todo.
Nem sempre os nossos dias são tão fáceis, as vezes as dificuldades do caminho nos tiram o sorriso. Entretanto, sempre existirá o amanhã, o outro dia, ou alguma saída que quase sempre não enxergamos por conta do foco na direção errada.
Os problemas possuem o incrível poder de nos tirar a visão, eles nos forçam a olhar apenas para o caos não permitindo enxergar a saída, que em alguns casos, está bem em nossa frente.
Por mais que o dia seja cinza, há sempre o sol da manhã. E mesmo que a sua caminhada esteja complicada, nunca é tarde para recobrar a esperança e continuar. Por mais errado que o seu dia tenha sido, ou esteja sendo, não importa, sempre poderemos recomeçar.
Eu aprendi a grande arte de rir dos meus erros, a levar as situações na esportiva e não me levar tão a sério assim. As vezes temos que tentar relaxar, para assim se acalmar e seguir um pouco mais tranquilo. O segredo é a persistência, é saber recomeçar e entender que a vida não é um eterno vencer, mas pode ser um eterno aprender.
A parte boa de fazer uma graduação é todo o aprendizado que conquistamos, sejam com os livros sugeridos, as aulas e todas as experiências que os professores compartilham, isso nos faz crescer e aprender muito. A parte complicada é que normalmente depois de formado, em uma boa parte das vezes demoramos muito para conseguir nos alinhar em nossa área de formação.
O meu caso foi justamente este e por isso, precisei trabalhar em outras áreas antes de ser professor, e muitos me criticavam por isso e falavam que a minha graduação não servia para nada.
Isso é normal de ouvir, principalmente porque nem todos entendem a dinâmica, mas quando você está em um período de dificuldade, tal fala deixa você ainda pior. Ela transforma um problema pequeno em algo gigantesco.
Mas como a ótima citação do começo do texto diz, “quem quer cantar, encontra sempre a canção”. O foco, o lugar no qual você mira o seu olhar, define muita coisa. E principalmente, a forma como você olha vai determinar como você se sente.
Com isso, ao invés de focar no que eu não tinha, busquei formas de me aprimorar ainda mais. Eu não havia conseguido uma chance de lecionar, mas foquei em meu aperfeiçoamento, nos estudos e na escrita, e deixei de lado o que eu não tinha.
Aprendi que a verdadeira parte ruim não é não ter uma chance depois de formado e sim, não estar preparado quando a chance aparecer. Descobri que a minha atitude, o meu posicionamento, definia o ritmo da minha caminhada.
Ter atitude é ajustar o olhar e entender que quando nada é possível, você pode fazer o que está dentro de suas possibilidades. Por isso que enquanto eu estava formado e sem ter uma oportunidade na área, fui em busca de dar aulas sem remuneração com o intuito de ajudar igrejas e seminários. Aprendi muito dando aulas em seminários e isso foi um elemento definidor para a minha carreira como professor.
Ao invés de focar nas coisas que você não está conseguindo, você pode continuar a se aprimorar e buscar oportunidades de atuação como voluntário. Tais experiências ajudarão você e colaborarão com sua carreira profissional, além de incentivar você a ajudar as pessoas.
Não dá para parar apenas porque tudo não ocorreu como imaginávamos, precisamos aprender a persistir e buscar outros caminhos. É claro que nem tudo depende de nós, em alguns casos precisamos da oportunidade, que muitas vezes não conseguimos, a questão é que precisamos aprender a fazer o que está em nosso alcance, focado mais no fazer do que no lamentar e aos poucos aprender com as situações que a caminhada coloca em nossa vida.
BIBLIOGRAFIA
PERCY, Allan, Platão para sonhadores: 80 pílulas de filosofia cotidiana para transformar suas melhores ideias em realidade, Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2016.
