A ODISSEIA DA DOR XVII: FALSO PODER

“Como muitos aprenderam para depois ensinar, ninguém percebe que Jesus é tudo de que se necessita até ele ser tudo o que se tem” (KELLER, 2020, p. 44).

Você já se imaginou sem todos os objetos que você tem hoje? Sem o seu salário, a sua bela casa, a sua estabilidade financeira? Ou mesmo sem a sua saúde, tendo que lidar com um problema que te tira a paz e segurança. Eu já precisei lidar com estas situações e sei que não são momentos agradáveis.

Neste meu tempo de dúvidas, precisei lidar com muitas coisas, não só com os meus questionamentos. A dor, o caos e problemas financeiros haviam invadido todas as áreas da minha vida. Parecia um vendaval que estremecia e desarrumava tudo, mostrando que no final, as coisas que eu valorizava eram fracas e não tinham muito sentido.

A parte interessante foi que depois de um tempo de dúvidas e questionamentos, pude entender e perceber que Deus estava comigo. Foi no caos, desamparado e sem nada, que percebi que eu já tinha tudo, e que o resto não tinha tanto valor. É quando perdemos que percebemos que o que nos resta é na verdade tudo o que precisamos.

Em muitos momentos os bens e a estabilidade nos dão uma falsa impressão de segurança e controle. Com isso, não percebemos nossos enganos e o imenso vazio que as coisas sem sentido deixam em nosso peito. A sensação de poder que o dinheiro traz é falsa, assim como algumas de nossas certezas ou coisas no qual colocamos as nossas esperanças.

Muitas vezes substituímos Deus ao confiar nossa esperança em objetos ou lamentar a falta, como se o dinheiro fosse tudo. Lembre-se que o rico se engana por colocar suas esperanças no dinheiro, já quem não tem dinheiro, cai no mesmo erro, quando acredita que o objetivo principal de sua vida deveria ser acumular um monte de coisas.

O pecado é sempre sutil e usa coisas boas e legítimas para nos destruir, como o nosso trabalho, carreira, o dinheiro (para quem tem) e a busca incessante pelo dinheiro (para quem não tem). Normalmente o que nos afunda são as coisas boas, mas que são tratadas da forma equivocada.

O falso poder é confiar em algo que enferruja, que a traça ou inflação corrói ou mesmo colocar nossas esperanças em nosso potencial, inteligência e condições financeiras. Estas coisas nos fazem seguirmos sozinhos e esquecendo muitas vezes de Deus, mas é em meio a desesperança, que percebemos que na verdade nós já tínhamos tudo.

Foi quando cheguei ao fim da linha, sem emprego, dinheiro e com um problema de saúde bem grave, além de todas as minhas dúvidas, que eu percebi que tudo o que eu precisava era de Deus e de sua graça. O sofrimento e as dificuldades apontam para ele e para o nosso enorme vazio.

O caos mostra que sem Deus não conseguimos enfrentar muita coisa e com isso, entendemos que é só com ele que conseguiremos enfrentar as dificuldades.

BIBLIOGRAFIA

KELLER, Timothy. Deuses falsos: as promessas vazias de dinheiro, sexo e poder, e a única esperança que realmente importa. 1. ed. São Paulo: Vida Nova, 2020.

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