“A crítica é perigosa porque fere o precioso orgulho do indivíduo, atinge seu senso de importância e desperta ressentimento” (CARNEGIE, 2019, p. 24).
Um costume que eu tenho como professor é revisar a aula que eu vou ministrar naquele dia, que normalmente é preparada um dia antes. Avalio o conteúdo, a bibliografia e o resumo da aula, que eu costumeiramente gosto de escrever. Aprecio pensar sobre o que eu vou ensinar, considero a missão de ser professor como algo sério e relevante, por isso eu me coloco como alguém que propõe conteúdos embasados, mas que também está sempre aberto ao diálogo.
A sala de aula é surreal, é um momento onde ideias, pontos de vistas divergentes e conteúdos são colocados e discutidos. Um bom professor entende a importância do diálogo, cultiva uma sala de aula assim e também consegue aprender com todos, visto que ninguém é dono do conhecimento. Dale Carnegie, usando uma frase de Ralph Wando Emerson, diz algo que eu concordo e procuro sempre vivenciar:
“Todo homem que encontro é superior a mim de algum modo. E, nesse particular, aprendo com ele” (2019, p. 44).
É fundamental internalizar uma verdade “todos nós somos incompetentes em alguma área”, e “especialistas em outras”. Cada um tem suas lições e opiniões equivocadas, aprende apenas quem sabe ouvir, filtrar e dialogar. Sendo que a sala de aula construtiva é aquela onde o professor é humilde suficiente para ouvir, ensinar e também aprender, pois nós aprendemos basta querer.
Ouvir e fazer críticas a uma opinião é um desafio, pois nem todos, ou uma grande maioria, não consegue ouvir críticas e as considera ofensivas, mesmo que a opinião tenha sido feita de modo humilde. O ser humano se ofende, o seu orgulho é afetado, quando a sua opinião é colocada em jogo e corrigida.
Fazer críticas ou mesmo ensinar, dependendo da pessoa, é um desafio, justamente porque muitos se ofendem e não gostam de perceber que estão errados. Mas para um acadêmico, ouvir, perceber seus equívocos e fundamental.
O ponto de partida de um acadêmico relevante deve ser sempre a humildade, ele deve descobrir uma forma de lidar com o seu ego e aprender a ouvir. Um bom pondo de partida é não levar opiniões divergentes para o lado pessoal, é entender ideias como ideia e ter em mente que podemos estar errados.
Não ouvir, para quem buscar a vida acadêmica é uma atitude perigosa, é seguir estagnado e não perceber a importância de saber lidar com opiniões divergentes. Pois, existe sempre um outro ponto de vista, outras explicações e conceitos, conhecer, pesquisar e estudar os diversos assuntos, é o caminho da pessoa relevante.
E se você não é humilde e acredita que o seu ponto de vista é inerrante, você nunca vai crescer e aprender com a sua rotina de estudos. Lembre-se, muitas vezes nós temos certeza absoluta de algo, por não conhecer e entender a profundidade de um assunto.
Um bom acadêmico percebe a complexidade do saber e cultiva a humildade!
BIBLIOGRAFIA
CARNEGIE, Dale. Como fazer amigos e influenciar pessoas. 1. ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2019.
