NAUFRAGANDO NOS EXCESSOS

“A raposa sabe muitas coisas, mas o ouriço sabe uma coisa importante ” (Arquíloco) (MCKEOWN, 2021, p. 186).

Nestes nossos dias de excessos, percebemos algumas verdades, que na prática nós já sabemos, mas que constantemente esquecemos, talvez por conta da distração ou pelo acúmulo de informações e a tal verdade é: “A quantidade nunca foi importante”.

O mundo mudou por conta da tecnologia, isso não temos dúvidas, a questão é que este milagroso e importante acesso a informações, demandou outra importante necessidade, que são os critérios. Sem critérios, é possível nos perder neste mar de informações. E a curiosa frase do poeta grego Arquíloco suscita justamente está lição: a qualidade do que sabemos ou o foco em entender e mergulhar no que realmente importa, é o ponto fundamental.

Eu gosto de fábulas, creio que é a forma mais pedagógica de aprendermos uma lição, e a fábula “A Lebre e a Tartaruga”, de Esopo, é uma daquelas que possui um grande ensinamento.

Na conhecida fábula, a tartaruga ganha da lebre, tudo e porque a tartaruga tinha muito mais foco e constância. A lebre era muito mais capaz, era mais rápida e com isso ganharia a corrida de forma bem mais tranquila, mas não ganhou, pois faltou foco.

Vivemos em um tempo onde sabemos de muita coisa, aprendemos a toda a hora e com uma facilidade grande, acompanhamos notícias em tempo real, mas seguimos perdidos, naufragando neste oceano de informações, pois sabemos de tudo, mas não entendemos as coisas que realmente importam.

Eu nunca liguei para a quantidade, ela em momento algum foi o meu ponto de partida, eu acredito mais na qualidade, naqueles passos lentos, porém precisos e relevantes. O excesso de títulos acadêmicos, de likes ou de bugigangas que compramos esconde uma superficialidade, quando vivemos apenas para estas coisas.

Não é curioso constatar como o ser humano tem ficado cada vez mais doente, ansioso ou depressivo, mesmo podendo lançar mão de tantas coisas? Isso prova que com os avanços, precisamos criar pontos de partidas mais eficazes para não sermos prejudicados por coisas, que a princípio, são boas, mas que não estamos sabendo usar.

Procure o que realmente importa e mergulhe nisso, a quantidade nunca foi um ponto fundamental. Aprenda a se dedicar as coisas relevantes e a realmente desfrutar de algo.

Quando eu digo que busco viver uma vida simples, escolhendo apenas as coisas que são essenciais, eu quero afirmar que eu busco viver assim em todas as áreas da minha vida. Eu procuro seguir um padrão financeiro equilibrado, me dedicar apenas as oportunidades que importam e estudar apenas as coisas essenciais para mim, na medida do possível é claro. Nunca liguei em ter muito, sejam coisas, diplomas ou oportunidades, e sim, ter as coisas que valem a pena ou obter apenas aquele conhecimento duradouro e relevante. Ter só por ter ou estudar apenas para poder pendurar na parede um diploma, é seguir com as motivações erradas.

Quem muito tem, aproveita pouco, é impossível usar todas as coisas, roupas ou equipamentos que compramos ao mesmo tempo. Quem sabe muito não é aquele que sabe de tudo, mas aquele que busca ser relevante em sua área, que procura conhecer e mergulhar no saber de forma eficaz e assertiva.

Por isso, livre-se dos excessos e aprenda a se dedicar as coisas que valem a pena, aprenda a ter critérios e desta forma, não naufragar no mar de excessos!

BIBLIOGRAFIA

MCKEOWN, Greg. Sem esforço: Torne mais fácil o que é mais importante. 1. ed. Rio de Janeiro, Sextante, 2021.

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