A HABILIDADE DE FALAR

“Pode ser útil observar a nossa própria comunicação. Palavras que louvam a Deus são palavras que geram vida, que incentivam a vida do outro, que o encorajam e fortalecem” (HEYES, 2020, p. 63).

O modo como falamos diz muito sobre nós. Dependendo da forma como falamos, é possível transmitirmos amor, consideração ou mesmo arrogância e desprezo a alguém. A fala é uma ótima ferramenta, mas também pode se tornar um perigoso veneno.

Perceba que a forma como nos comunicamos não é unânime, cada um tem um estilo de falar e se expressar. Cada indivíduo tem o seu critério para ouvir e dialogar e para contextualizar, deixo a história de dois tipos de pessoas que eu já conversei muito durante a minha vida.

A primeira história é sobre um amigo sincero que eu tive. Conheci alguém muito sincero, ele costumava falar quando não gostava de algo, sem qualquer freio e de forma bem natural. O interessante é que se você fosse sincero com ele e dissesse também as coisas que não gostava, mesmo sendo algo que ele gostasse muito, ele dialogava de forma tranquila, sem qualquer problema, visto que esta era a sua característica, não se ofender e nem ligar muito para a opinião alheia.

Há também aquele que é sincero, mas que não gosta muito da sinceridade dos outros, e estes são muitos. Ao falar e ser sincero, a pessoa deveria aceitar a sinceridade dos outros, mas isso não acontece com estes. Nos dois exemplos, alguns vão considerar a sinceridade uma grosseria outros não. Pois como eu afirmei, cada um tem o seu padrão para ouvir e falar. São as nossas lentes que regulam como ouvimos e falamos.

Observar o modo como falamos é fundamental, caso queiramos ser agentes assertivos do reino. As vezes desanimamos alguém, por conta do nosso estilo de falar. E como cada um tem uma forma de receber o que é falado, não é justo considerar a atitude do outro como incoerente, na verdade a opinião dependerá de quem ouve. É claro que uma fala grosseira é visível, mas nem tudo o que muitos consideram grosseria, termina por ser. E acima de tudo, algumas críticas que recebemos dos nossos líderes na igreja ou amigos, são totalmente construtivas.

É preciso ser consciente sobre o modo como falamos, aprender a ajustar a nossa fala é fundamental para que consigamos comunicar a todos a verdade do evangelho, do que acreditamos e defendemos. Quem fala bem e de forma contextualizada é sempre ouvido. Já quem comunica, sem olhar para o próximo, dificilmente é ouvido.

Quem fala bem, gera vida, incentivo e motivação, já quem não sabe falar fecha a porta para o diálogo. Construa jardins ao invés de precipícios, pois nunca sabemos com quem estamos conversando e o quanto ela pode estar precisando do nosso auxílio.

Aprenda a entender o ambiente, a pessoa e o local no qual você está falando, sinta o terreno, e aprenda a comunicar conforme os vários públicos que te ouvem ou nos quais você lidera. Esta é a atitude de um cristão que entende a força da boa comunicação.

BIBLIOGRAFIA

HEYES, Z. Rituais para o encontro consigo mesmo. 1. ed. Petrópolis: Vozes, 2020.

Deixe um comentário