ENTENDENDO AS PESSOAS

“Você nunca entenderá um homem enquanto não calçar seus sapatos e olhar o mundo por meio de seus olhos” (MANNING, 2008, p. 124).

Em um belo dia, acordei com dor de dente, era uma dor horrível, eu nem conseguia raciocinar direito. Com isso, fui ao hospital, e enquanto eu esperava um senhor se dirigiu a mim e falou que tinha uma dor crônica na perna, sendo que a sua dor era muito maior que a minha. Parecia que aquele homem queria competir, afirmando que a minha dor não era importante e realmente forte, mas a sua sim. Que forma estranha de ajudar alguém!

A parte complicada que alguém enfrenta ao passar por muito sofrimento, onde existem dúvidas, dor e busca por respostas, é precisar lidar com as pessoas que possuem receitas prontas a toda a hora. Alguns não ajudam com o seu “conselho”, aliás, em alguns momentos ele pioram ainda mais.

O mal do ser humano é querer sempre explicar, é uma ânsia de concluir sem saber, opinar sem conhecer ou definir sem entender. O pior é que quase sempre a atitude normalmente é tomada a partir dele, de como vive e o que ele já passou em sua vida, e não do outro, que seria forma certa de agir.

Eu tenho medo de quem trata as pessoas como se fossem todos robôs, como se estivéssemos programados para sermos iguais, e com isso, sujeitos as mesmas soluções.

Ninguém é igual a ninguém, cada ser humano tem a capacidade de olhar o mundo com os seus óculos, suas vivências e experiências. É a partir daí, que tomamos nossas decisões.

Você nunca vai entender o seu próximo a partir do seu olhar, de suas experiências e vivências. Cada ser humano é um universo, sendo que, a forma como fomos criados e o caminho no qual trilhamos, define muito quem somos.

Para entender alguém, primeiramente você vai ter que conhecer o contexto daquela pessoa e a sua visão de mundo. Caminhar com uma pessoa tendo como norte sua visão de mundo é algo equivocado. Calçar os sapatos e olhar para o caminho usando seus olhos, sua visão é a melhor forma de mergulhar no mundo de alguém.

Nós temos medos diferentes, histórias distintas, sonhos e limitações únicas, que tocam a cada um de uma forma. O medo de uma pessoa não é o mesmo da outra, as coisas que alguém valoriza, não são as mesmas que o outro valoriza.

Em um segundo momento, para entender uma pessoa, após conhecer o mundo dela através dos seus olhos, é preciso se colocar no lugar dela e trabalhar a empatia. Você nunca vai sentir a sua dor e muito menos vai conseguir ter uma total empatia, mas se estiver consciente, sentirá pelo menos um pouquinho ou conseguirá aprender a respeitar o seu momento.

Eu sou bem prático, com isso, enfrento problemas de saúde, desemprego ou qualquer dificuldade de forma menos dolorosa, pois já sofri muito e com isso, são poucas as coisas que me abalam.

Quem teve uma vida mais estável, certamente não vai conseguir lidar com um problema do mesmo modo que eu, entender isso, é o primeiro passo ser um amigo de verdade, daqueles que realmente se importam e fazem a diferença na vida das pessoas.

Ao projetar o que eu sinto e penso na realidade de alguém, cometo inúmeros erros, mas ao vestir seus sapatos e vivenciar, conhecer e entender alguém a partir da sua realidade, eu entendo quem ela é a partir dela e não através das minhas projeções e consigo desta forma, produzir ações coerentes com a realidade da pessoa.

É difícil discorrer sobre algo que você não conheceu ou vivenciou, o mesmo se aplica ao sentimento alheio, por isso seja mais humilde, e aprenda a calçar o sapato da pessoa antes de opinar ou nem opine.

BIBLIOGRAFIA

MANNING, Brennan. O impostor que vive em mim. 2. ed. São Paulo: Editora Mundo Cristão, 2008.

Deixe um comentário