Eu sou grato a Deus por tudo, sendo que, com certeza, o principal ponto é ter sido resgatado por Ele. Ter sido salvo da morte e de uma vida longe de sua vontade. No final, o grande tormento é estar longe da vontade de Deus, pois sem Ele, não somos nada.
Seguir a Jesus é o nosso maior desafio, é atender ao seu chamado em um mundo que já nos chama para tantos lugares ou nos propõe tantas opções, que no final, não resultam em nada. Seguir a Cristo é ter a vida transformada por inteiro.
A parte importante neste conceito de seguir a Cristo é justamente entender que o chamado deve ser aceito de forma incondicional. Jesus não nos chama para seguirmos conforme nossas vontades, e sim de acordo com a sua, que é boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2), com isso, impor nossas condições para segui-lo é contraditório. É acreditar, mesmo que de forma subjetiva, que nós sabemos o que é melhor. É estar pautado em nossa arrogância e prepotência. Karl Barth complementa pontuando que:
“Seguir a Jesus consiste em um comando incondicional, e assim não pode ser aceito se não for incondicionalmente (BARTH, 2006, p. 20).
O convite é para a obediência, por isso que acordos ou concessões não fazem parte deste chamado, o convite é bem pontuado, “vem e segue-me”, é ir em direção a sua vontade e não a nossa. O jovem rico não seguiu (Marcos 10:17-18), suas prioridades eram outras, sendo que o convite, a prioridade é apenas uma, ou é Ele ou nada.
Quebramos sempre a cara quando acreditamos saber o que é melhor para nós. Não percebemos nossas contradições, nossos orgulhos e autoenganos que nos atrapalham e nos sabotam. Só o evangelho é capaz de ajudar a termos equilíbrio, é ele que nos faz amar de verdade, perdoar, olhar e servir o próximo, tal qual Cristo serviu.
O homem que é desequilibrado em seus próprios desejos, com certeza já sucumbiu, e não percebe o quanto é falho e contraditório. O chamado do discipulado é um largar de si, é despir-se dos nossos orgulhos e seguir a Deus. Novamente Barth complementa afirmando que:
“Seguir a Jesus significa ir além de si mesmo em uma ação e atitude específicas, é portanto, virar as costas pra si mesmo e deixar o eu pra trás” (BARTH, 2006, p. 27).
E esta atitude é a melhor que podemos praticar, não é um convite a subserviência, ao contrário, é largar uma bagagem, entendendo que é só seguindo a Cristo que teremos o verdadeiro equilíbrio, que vamos ter a real nova vida.
O convite não é para viver uma vida fácil, é o contrário, pois seguir na contramão do mundo é sempre complicado, contudo, apesar de difícil, é o melhor caminho que uma pessoa pode trilhar, não tenha dúvidas.
BIBLIOGRAFIA
BARTH, Karl, Chamado ao discipulado, Fonte Editorial, São Paulo, 2006.
