LEIS SOBRE A TOLICE HUMANA

Enquanto aguardava a minha esposa no carro, optei por ficar observando o lugar, nem sempre eu saio com o celular, as vezes prefiro me desligar dos estímulos para relaxar ou apreciar o ambiente. E foi quando de repente, avistei dois homens fumando e bebendo, encostados em uma cabine com inúmeros botijões de gás. Isso me deixou pensativo, num misto de riso e preocupação que a própria cena provocava. O dia em que você parar para refletir sobre o quanto a tolice pode ser perigosa, lembre-se deste episódio.

A estupidez humana não tem limites e a cada dia ela se supera ainda mais. Seja pela ação de políticos, líderes ou mesmo militantes, que não percebem suas contradições antes de executar algo ou propor alguma mudança, terminando por prejudicar os outros e também a si. Esta é a habilidade do estúpido, disseminar o caos e a desconstrução.

Em seu curto tratado, Carlo M. Cipolla, nos revela algumas características e perigos destes tolos que seguem semeando caos e problemas. O autor propõe cinco leis que nos ajudam a entendê-los e a conceituá-los, mas neste texto não abordarei todas as leis, apenas duas, a primeira e a terceira lei.

Cipolla inicia o livro falando que existem mais estúpidos do que imaginamos. A quantidade é sempre muito grande e quase sempre subestimamos estas pessoas (CIPOLLA, 2020, p. 23). Acreditamos não existir muitos até nos depararmos com inúmeros deles. É por isso que caímos em algumas frias, visto que não aceitamos que a quantidade é realmente elevada, sendo que status, dinheiro e diplomas ou mesmo a falta destes elementos, não definem um tolo, eles estão em todos os lugares, com dinheiro, estudos ou não. Sendo esta a primeira lei da estupidez humana.

A terceira lei esclarece que um estúpido, segundo Cipolla, é alguém que prejudica a si e também aos outros. É um indivíduo que faz o outro perder, mas que também não ganha nada com as suas atitudes (CIPOLLA, 2020, p. 48). Sendo que com esta definição já conseguimos enumerar uma quantidade grande deles. São aqueles que gostam de ver os outros perderem e se prejudicarem, sem ao menos ganharem alguma coisa com isso. É aquele mórbido prazer de ver o seu semelhante não se dar bem ou de forma inconsciente, é aquele que faz todos perderem o seu tempo ou se prejudicarem, em nome de causa alguma.

Já uma pessoa inteligente é aquela que ganha e também faz com que o próximo também ganhe (CIPOLLA, 2020, p. 49). Se contextualizarmos o conceito perceberemos que ele vale para todas as áreas da vida, não só para o dinheiro ou bens materiais.

O inteligente é aquele que promove boas conversas, diálogos construtivos, ele ajuda o próximo com informações e apoio, sendo que ele termina ganhando também com isso. Quem compartilha, ganha, seja ensinando ou com a alegria e satisfação em poder ajudar alguém. Um tolo não, ele quer ser o centro, seus pensamentos são desinformados e egoístas, seu maior prazer é ver o próximo derrotado, se dando mal.

O perigo destas pessoas, conforme Cipolla expõe no livro é que suas ações não são racionais e com isso, é difícil prever o ataque de um estúpido. Mais dia ou menos dia, você terá que lidar com a ação destes que vivem para desconstruir e atrapalhar, por isso que ficar atento é primordial (CIPOLLA, 2020, p. 68-69).

Em um mundo de aparências, saber perceber além do que vemos é fundamental, para assim, não cairmos nas ciladas destes que com as suas tolices, podem nos prejudicar ou mesmo nos fazer perder tempo, que é algo realmente complicado, já que tempo não é algo que se tem de sobra. Provérbios já nos avisa:

Todo homem prudente age com base no conhecimento, mas o tolo expõe a sua insensatez (Provérbios 13:16).

Que Deus nos ajude a termos discernimento!

BIBLIOGRAFIA

CIPOLLA, C. M. As leis fundamentais da estupidez humana. São Paulo: Editora Planeta, 2020.

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