“Se todo mundo pensasse antes de falar, o silêncio seria ensurdecedor” (George Barzan) (BONDER, 2010, p. 30).
Eu gosto muito de conversar, pelo menos quando o assunto é interessante, mas confesso que tenho dificuldade com conversas banais ou mesmo com aquelas pessoas prolixas, que falam sem medida e sem reflexão. Quem muito fala, além de não ouvir, na maioria das vezes não pensa no que está dizendo.
Creio que quando aprendemos a pensar e refletir sobre o que falamos e acreditamos, percebemos durante o processo, muitas das nossas contradições. Quem fala demais não percebe suas incongruências, por estar naufragando no excesso de palavras.
O silêncio é ouro, segundo diz um provérbio, sendo que ele grita e também mostra a realidade que mascaramos com todos os nossos excessos. Nos orgulhamos da nossa tecnologia, mas não percebemos que estamos vivendo cada vez mais no impulso, falando, comprando e consumindo sem pensar.
Quem fala demais, tende a controlar, sem perceber que em uma conversa, no final, o que ele está fazendo é monopolizar um diálogo. O mesmo acontece quando ficamos o dia inteiro nas redes sociais, televisão ou qualquer outra coisa que nos controla. Estamos sendo monopolizados, sem percebermos. Estamos sendo controlados, para finalidades que desconhecemos.
Quando aprendemos a pensar antes de falar ou mesmo antes de fazer alguma coisa, buscando sempre enxergar além daquela situação, percebemos detalhes que antes era impossível de vermos.
O silêncio é ensurdecedor, ele revela quem somos e o quanto a nossa superficialidade é mascarada pelos nossos excessos. O muito falar, denota as vezes, alguma necessidade, um desejo de controle ou aceitação. Já quem se aquieta, se despe, deixa de querer controlar e permite que o ambiente apareça mais que a sua voz.
Aprenda a ouvir, caso você seja aquela pessoa que gosta muito de falar. O impulso de falar pode ser resultado de querer controlar uma conversa. Aprenda a parar e a pensar sobre isso.
Todos têm algo para dizer e sim, nem sempre nos interessamos no assunto que o outro está abordando, isso é totalmente normal. Mas deixar o próximo falar é saber amar, respeitar aquela pessoa e o que ela é.
Fale, não há problema algum em falar, mas também deixe o outro se expressar, um diálogo construtivo é feito de trocas, de ouvir e também falar, de aprender e também colaborar. É uma via onde as pessoas falam e ouvem de forma igual e respeitosa.
BIBLIOGRAFIA
BONDER, Nilton. Exercícios d’alma. Rio de Janeiro: Rocco, 2010.
