SOCIEDADE DA DESCONSTRUÇÃO

Vivemos em mundos bem diferentes, mesmo aqueles que vivem na mesma cidade. Pessoas com realidades díspares, percebem a sociedade de forma diferente. E assim seguem os indivíduos, sempre juntos, mas no final, separados por suas visões de mundo.

Neste solitário e tecnológico universo, enquanto alguns adoecem com males frutos da tecnologia, outros inventam softwares que solucionarão o problema de muitos. Enquanto a cura para uma doença é encontrada, outras doenças são descobertas ou mesmo fabricadas por nossa sociedade hiperconectada e tecnológica.

Nunca tivemos tanto acesso à informação, mas também a tanto erro e fake News. Nós temos todo o potencial para aprendermos e crescermos como cidadãos, mas somos traídos pelos nossos egoísmos e falhos pontos de vistas. E nesta ambivalência, o ser humano segue se desconstruindo, solitário e vulnerável as muitas mudanças, sonhos e desejos.

Quando me perguntam sobre o meu posicionamento político, costumo falar que eu sou muito protestante para militar por um dos lados (esquerda e direita). É muito claro em minha mente, como o pecado desconstrói e aliena o ser humano e é inevitável, em uma sociedade composta por estes seres humanos, vermos tais contradições. Como por exemplo os avanços tecnológicos seguidos de caos em várias áreas, como pontuei.

Satisfazemos nossas egoístas vontades, aderimos a teoria que mais nos agrada e não percebemos o quanto estamos sendo contraditórios. Temos conhecimento, mas nos falta controle e uma reflexão sincera, além de critérios, fruto daquela reflexão que exige tempo, paciência e estudo. Poucos hoje aprenderam a parar sem constantemente serem interrompidos pela tecnologia e não são todos que percebem a contradição desta realidade.

Quando eu leio Eclesiastes (1:9) onde diz que: “Não há nada de novo, debaixo do céu”, a frase me arranca um sorriso, por ser muito atual, mas também me deixa muito preocupado. Ela nos mostra direta e indiretamente uma verdade: “Longe de Deus não há vida, muito menos paz verdadeira e equilíbrio, sendo que, longe de Deus, o ser humano segue sempre repetindo erros”.

Eu gosto da palavra ambivalente, creio que ela descreve bem a nossa sociedade. O termo significa que algo pode ser tanto bom, quanto ruim, dependendo apenas de como é usado ou como um cidadão se comporta e é assim que costumo descrever a sociedade e as pessoas. Não sou um ser humano perfeito, mas busco estar atento aos exageros e neste sentido, penso que o nosso estilo de vida, nos revela muita coisa.

Busco ser um cristão centrado, estudo e leio a palavra, além de estar em comunhão com os irmãos na Igreja, mas também não deixo a família e as coisas particulares serem engolidas por compromissos. O mesmo eu faço com o trabalho, busco estar atento a preocupações que invadem o âmbito particular. A vida saudável se cultiva, não é algo que nasce com você. Com a tecnologia eu tomo o mesmo posicionamento. Eu gosto muito de tecnologia e estou sempre usando, eu apenas não permito que ela me use.

A sociedade da desconstrução não percebe muitas vezes suas contradições e segue proferindo discursos e posicionamentos ilógicos. Ser cristão é não se esquecer da nossa prioridade e estar atentos às mentiras disfarçadas de verdade. São estas coisas que arrebatam a nossa vida e nos faz aderimos a prioridades que tiram o nosso foco de Deus e com isso, nos faz cairmos na desconstrução.

Quando a Bíblia diz que Deus é a fonte da vida (Salmos 36:9; João 14:6), ela enfatiza justamente uma verdade fundamental, que longe de Deus, nós não somos nada. O ser humano se desconstrói, transformando o que é legitimamente bom em um veneno, por isso, tome cuidado com a sociedade da desconstrução.

É fácil trocarmos valores importantes por migalhas, verdadeiros tesouros por ouro de tolo. A nossa sociedade tem este dom de diminuir o que é fundamental e colocar em um pedestal valores inúteis. Por isso, fique atento!

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