Quem busca cultivar a simplicidade, na verdade, descarrega do ombro toda a bagagem que atrapalha e só traz canseira. Quem simplifica, muda o foco e segue mais leve rumo aos seus objetivos.
As coisas servem para nos ajudar, elas têm que nos servir e não o contrário. Um bom carro e uma boa casa são úteis, são elementos importantes. Só não podemos inverter as prioridades e viver em função destas coisas.
Quando cultivamos a simplicidade e entendemos a utilidade deste estilo de vida, percebemos todo o tempo que gastávamos com coisas fúteis e o quanto seguíamos correndo atrás de dinheiro, para sustentar uma vida opulenta ou cheia de gastos. Nós pagamos as bugigangas com o nosso tempo, e tempo é um elemento sempre escasso. Eu sei que administrar nosso tempo com sabedoria é um grande desafio, mas é uma atitude fundamental de quem entende o seu valor e percebe o quanto não há sobrando. Richard Foster em um livro que eu gosto muito, diz que:
“Um dos efeitos mais profundos da simplicidade interior é um maravilhoso espírito de contentamento, de satisfação. A necessidade de todo aquele esforço e tensão para seguir adiante não existe mais. Entra em ação uma gloriosa indiferença por posição ou bens materiais” (FOSTER, 2008, p. 130).
Comece colocando limites em sua vida, padrões de gastos que estão de acordo com o seu salário. Entenda que viver sem muitos gastos e um pouco mais abaixo do seu padrão de vida, é seguir sem aquele sufoco mensal que muitos passam. Quando você vive abaixo do padrão, você consegue guardar um dinheiro e fazer uma reserva, para ocasionais emergências. Ou mesmo guardar para realizar algum sonho.
Depois aprenda a se perguntar se realmente você precisa de determinado objeto. As vezes compramos coisas por impulso, bugigangas que não usaremos de verdade, que só ocuparão espaço e nos farão gastar dinheiro à toa.
Entenda que não é a quantidade que importa e sim a qualidade e o quanto você consegue desfrutar das coisas. A vida simples ajuda você a aproveitar o que tem, e não seguir desperdiçando, seja o dinheiro ou o seu tempo. As vezes o que você tem é apenas por status ou mesmo, só por ter. Ao refletirmos, muitas vezes percebemos que na verdade nem precisamos daquele objeto. Compramos por impulso algo que não nos é útil, as vezes apenas por comprar. Quem vive para as coisas ou para ter status, vive sempre sem paz, precisando trabalhar ainda mais, ou seguindo apertado, em nome de algo que nem precisa.
A vida simples traz você para o hoje, ensinando você a usar as coisas como ferramentas, equipamentos que facilitam a vida e não como bugigangas que escravizam e tiram toda a sua paz.
BIBLIOGRAFIA
FOSTER, R. A liberdade da simplicidade: Encontrando harmonia num mundo complexo. 1. ed. São Paulo: Editora Vida, 2008.
