O VAZIO DO SER HUMANO

Não é incomum vermos pessoas entrando nas empreitadas mais diversas, com o intuito de preencher um vazio que o incomoda. Sendo que alguns terminam por seguir a vida como carros desgovernados, experimentando de tudo, tentando seguir inúmeras fórmulas, mas sem sucesso algum.

Eu descreveria o ser humano como um indivíduo eternamente vazio, sempre em busca de preencher suas faltas com inúmeras distrações. Sejam os bens ou mesmo os propósitos de vida, travestidos de ações sociais, embora tais atividades sejam tentativas de uma pessoa se destacar na multidão, para que desta forma, seu ego seja afagado e ele se sinta melhor. Este é o ser humano sem Deus, um indivíduo desesperado buscando ser completo. Austin Fischer tem uma citação em uma de suas obras, que resume bem esta verdade:

“Somos buracos negros – ambulantes, buracos falantes de narcisismo e autopiedade, saqueando o mundo ao nosso redor na desesperada tentativa de preencher o vazio dentro de nós” (2015, p. 11).

O narcisista que a citação menciona é aquele indivíduo que valoriza muito a si mesmo. Ele opta sempre por se ver como superior, como alguém que está acima dos outros, diminuindo os demais. Em contrapartida, a autopiedade é a ação de alguém que se vê como inferior perante as outras pessoas. Normalmente esta pessoa é vitimista, acredita ser a vítima das vítimas, em uma atitude que também soa egoísta, visto que tais indivíduos também se colocam como o centro de tudo, buscando a atenção de todos, mas de uma forma diferente do narcisista.

Deus não é só a nossa esperança, mas também o único capaz de preencher o nosso vazio. A sede que sentimos só é saciada com a verdadeira água da vida (João 7:37-38). É ele que nos satisfaz, nos dá propósito e direção. Sem ele, seguiríamos cegos, tateando no escuro sem encontrar o rumo.

Sem Deus perdemos o controle e seguimos vidas autodestrutivas e equivocadas, seja fundamentada no narcisismo ou no vitimismo e autopiedade. A graça muda a nossa vida e o evangelho, quando está no centro, nos traz equilíbrio e uma forma centrada de viver esta vida.

Com Deus não temos uma vida sem problemas, pois continuamos a passar por lutas, como Cristo mesmo já nos avisou (João 16:33), contudo, temos a sua mão para nos sustentar e o direcionamento de seguirmos fazendo a sua vontade, que é sempre a melhor.

Sem ele seguimos desgovernados, como buracos negros engolindo tudo ao nosso entorno, mas sem saciar a sede, que só pode ser acalmada com a água da vida.

BIBLIOGRAFIA

FISCHER, Austin. Jovem incansável não mais reformado. Maceió: Editora Sal Cultura, 2015.

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