SEDE INSACIÁVEL

“Aprenda a maravilhosa verdade de que crescer em qualidade de vida significa reduzir o desejo pelas coisas materiais, e não o contrário” (FOSTER, 2008, p. 180).

Vivemos tempos onde o excesso é exaltado. Quem tem muitos bens ou mesmo aquele que trabalha muitas horas é visto como alguém de sucesso. Como se a quantidade fosse sinônimo de sucesso.

O exagero quase sempre revela uma falta, nem que seja de controle, que já é um problema bem grande. Quem não sabe se contentar com o que tem, demonstra principalmente a incapacidade de se satisfazer com as suas coisas, levando este individuo a buscar cada vez mais, sem parar, por coisas inúteis, sem realmente aproveitar o que tem de forma real.

A simplicidade voluntária ou mesmo a prática de ter uma vida comedida, nos ensina a sermos gratos com o que temos, impondo alguns limites aos exageros. Estes limites nos levam a frear os impulsos de apenas querer ter, nos ensinando a refletir, pensar e desfrutar do que Deus nos deu.

Parece-me que junto com o dinheiro e a capacidade de adquirir as coisas que o dinheiro ou o crédito fácil traz, vem também aquela sede insaciável. E tal sede, quando não controlada, nos leva a inconstante e ávida busca sem fim.

A vida simples nos traz para o hoje, os limites nos levam a aproveitarmos o que temos e de quebra, sermos gratos. Mais uma vez, como eu sempre busco deixar claro quando falo de simplicidade voluntária. A intensão deste estilo de vida não é viver uma vida pobre, com faltas e sim, não viver a miserável vida consumista, calcada apenas em ter.

Muitas vezes a sociedade nos faz termos necessidades de coisas que não precisamos, o consumista cai justamente neste erro. Mas quando você delimita limites, aprende a parar e refletir, fugindo assim dos exageros, você consegue caminhar de forma diferente. É só desta forma que manteremos nossos pés no chão, desfrutando realmente das coisas ao invés de vivermos para o ter ou para acumular cada vez mais objetos.

A qualidade de vida está ligada muito mais a satisfação, em saber o que nós realmente queremos e não em termos muitas coisas. Ao reduzir os desejos e o consumismo desenfreado, aprendemos a aproveitar, a desfrutar realmente do que temos.

Talvez você não saiba o quão maravilhoso é poder realmente usufruir de algo, o quanto aproveitar não é ligado a palavra posses. O equilíbrio te mostra todas as coisas que são importantes e as que não precisamos em nossa vida. É triste perceber como muitos correm e gastam o seu tempo indo atrás do que não precisam. Eles tapam a visão das coisas fundamentais com inúmeras bugigangas e depois, não entendem o seu sentimento de vazio e de falta de propósito.

Cultive o equilíbrio, aprenda a valorizar as coisas que são importantes e fuja do consumismo, antes que ele consuma a sua paz!

BIBLIOGRAFIA

FOSTER, R. A liberdade da simplicidade: encontrando harmonia num mundo complexo. São Paulo: Editora Vida, 2008.

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