A EVIDÊNCIA DO MAL

“Concordamos quanto ao mal. Quanto ao bem, arrancaríamos os olhos uns aos outros” (CHESTERTON, 2013, p. 27).

A epígrafe não pode estar mais certa, o mal é muito evidente, basta um simples olhar para percebermos, agora o bem que é um desafio, visto que, cada um possui a sua fórmula para fazer o bem ou mesmo para solucionar os inúmeros problemas da sociedade.

E se falarmos em política, modo de governar ou modelos econômicos, a coisa piora ainda mais. Todos se indignam com a fome, a pobreza ou com a exploração. A forma de colocarmos um fim a estes problemas que é o obstáculo. Eu ainda diria que o mal é sempre os outros, a fórmula ruim nunca é a nossa. O ponto de vista errado é sempre o do meu vizinho. Por isso que, diante do desafio de fazermos o bem, o caos se instala.

Neste nosso universo polarizado é impressionante ver como os mocinhos, defensores da ordem e do bem, se posicionam. A maioria fala colocando a culpa no outro, como se o seu ponto de partida fosse o correto e do próximo o responsável por toda a calamidade da vida e do mundo.

Eu tenho visto poucos dialogarem, principalmente quando o assunto é política, a maioria discute e opta por arranjar um culpado, ao invés de conversar e pontuar os erros e acertos que todas as vertentes políticas possuem. Não é justo colocar a culpa apenas no outro, na religião alheia e muito menos na opção política do próximo, muitos problemas são mais complexos do que uma mera opinião.

É muito bom saber que o mal é evidente, isso denota um padrão que é intrínseco e fácil de perceber, a parte triste é que o homem não consegue dialogar. Cada um quer fazer o bem de sua forma e discorda, da forma do próximo em ajudar

Creio que uma das evidencias do mal e do pecado é justamente o orgulho, é crer estar correto, sem perceber seus equívocos. A arrogância não é inteligente e nos cega para vermos a verdade e percebermos os detalhes do nosso entorno.

Em nome do bem, brigas e discussões políticas acontecem sempre e em alguns casos, vão até as vias de fato. Em nome da verdade, radicais religiosos matam, torturam e segregam sempre em nome do seu deus ou deuses, ou mesmo das suas opiniões políticas.

No final, o mal é não termos humildade para dialogar e confessar nossos equívocos, é não percebermos nossas falhas e seguirmos arrogantes, crendo que possuímos as soluções para salvar nosso planeta.

O pior mal é aquele disfarçado de boas intenções!

BIBLIOGRAFIA

CHESTERTON, G. K. O que há de errado com o mundo. Campinas: Ecclesiae, 2013.

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