O OBJETIVO DA LEITURA

Para quem deseja seguir a carreira de docente ou pesquisador, a prática da leitura torna-se fundamental. É imprescindível conhecer bons autores, os principais livros da área e o assunto de forma profunda, para que assim, possamos ensinar com propriedade.

A questão é que um livro não pode ser um juiz ou a palavra final e sim, um ponto de partida para a reflexão, a pesquisa e a busca do conhecimento. É fundamental conhecermos muitos autores, livros e obras clássicas, contudo, não podemos ficar presos apenas em alguns autores ou mesmo, seguir sem pensar e refletir, e construir nossas conclusões. Sertillanges explica que:

“Um livro é um sinal, um estimulante, um auxílio, um iniciador, não um suplente, e nem um grilhão. O pensamento deve ser nosso. Lendo, não devemos ir até nossos mestres, mas partir deles” (SERTILLANGES, 2019, p. 150).

Boas opiniões são construídas com muito conhecimento, leitura e estudo, só assim elas terão fundamento. Contudo, precisamos construir nossas opiniões e não apenas repetir o que lemos e ouvimos, caso contrário, seremos meros repetidores ao invés de sermos pensadores.

 Quando eu estudo sobre um assunto, eu busco primeiramente um autor que consiga me dar um panorama geral sobre o tema. O intuito, em um primeiro momento, é entender o contexto todo da questão. Isso me dá um Norte e me ajuda a decidir por onde começar a estudar.

Depois, mergulho nos autores clássicos daquele tema, é fundamental pesquisarmos o assunto a partir dos melhores autores para desta forma, termos uma base muito mais sólida sobre um assunto. Após isso, busco autores que se opõem aquelas opiniões, com o intuito de entender o que os críticos falam. É só a partir disso, que procuro formar uma opinião sobre o tema.

Um autor nunca deve ser uma âncora e sim, um ponto de partida, um facilitador que nos ajuda a chegar ao conhecimento. É possível gostarmos de um autor, mas não concordarmos com tudo o que ele escreve e nem por isso ele vai ser menos relevante.

Na verdade, quem pensa e busca sempre refletir, tem justamente estes critérios como ponto de partida. Ele constrói o seu repertório através de leitura e estudo, aprende a conhecer a fundo alguns temas e não se esquece, inclusive, de estudar os dois lados do assunto, para que desta forma consiga ter um olhar muito mais aprofundado sobre o tema. Com isso, ao emitir uma opinião, refletir e aplicar o saber, a ação certamente será muito mais coerente.

Um livro não é um grilhão, ele deve ser uma janela, uma ferramenta que nos ajuda a ver e a pensar melhor, para assim, podermos construir o nosso saber!

BIBLIOGRAFIA

SERTILLANGES, A. D. A vida intelectual. Campinas: Editora Kírion, 2019.

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