A RESSURREIÇÃO DE CRISTO: UMA DEFESA HISTÓRICA

Chesterton, em um artigo chamado Sobre Crenças, do livro Sobre escrever mal, faz uma crítica ácida a um autor e um de seus sarcásticos comentários sobre a ressurreição de Jesus Cristo. Este escritor pontua que, aqueles que acreditam na ressurreição de Cristo, precisam, de igual forma, acreditar na história de Aladim e as Mil e Uma Noites. O autor transforma a ressurreição de Jesus em um conto de fadas, como se não houvessem testemunhas confirmando o que aconteceu.

A narrativa de Chesterton me chamou atenção, justamente porque é comum vermos muitos comentários que seguem a mesma lógica. Inúmeros autores que diminuem todas as narrativas dos Evangelhos, duvidando do conteúdo destes textos. 

Sobre Cristo e a sua ressurreição, nós temos em média dez testemunhas históricas que validam a existência de Jesus Cristo, como, por exemplo: Flávio Josefo (37 – 100 d. C), o maior historiador judeu do seu tempo; o historiador romano Tácito (56 – 117 d. C.); Plínio (23 – 79 d. C.), sendo ele um político romano; Suetônio (69 – 141 d. C.), entre tantos (GEISLER et al, 2012, p. 228). Percebam que foram muitos os que narraram a história de Cristo, validando assim o acontecimento.

Eusébio de Cesaréia (263 – 340 d. C.), um importante historiador dos primeiros séculos da igreja. Sendo ele um sábio, incumbido de narrar a história do mundo a pedido de um rei, escrevendo assim a significativa obra História Eclesiástica, comentou como o testemunho de Flávio Josefo (38 – 100 d. C) foi fundamental para provar a história e a ressurreição de Jesus, visto que, ele não era um cristão, por isso, não tinha motivos para forjar uma história ou sustentar uma narrativa, caso ela fosse mentirosa ou duvidosa (1999, p. 40-41). Sobre Jesus Cristo, logo após falar sobre João Batista, Josefo explica que:

“Na mesma época, havia certo Jesus, homem sábio, se de fato é apropriado chamá-lo de homem. Pois era realizador de feitos extraordinários; mestre dos homens, os quais recebiam sua doutrina com prazer; e juntou a si muitos dos judeus, muitos também gregos. Esse era o Cristo. Depois que Pilatos infligiu a punição da cruz a Ele, sob acusação de nossos principais homens, os que antes estavam ligados a Ele não deixaram de amá-lo, pois apareceu novamente vivo no terceiro dia, de acordo com os santos profetas que haviam declarado essas e inumeráveis outras coisas a respeito dEle” (apud CESARÉIA, 1999, p. 41-42).

A explicação é realmente maravilhosa por se tratar de alguém que viveu no primeiro século da igreja e também por ser judeu e não cristão, tendo todos os motivos para não apoiar o cristianismo, como já mencionei, contudo, ele testemunhou um fato que realmente aconteceu, caso contrário, certamente ele teria desmentido a narrativa.

O Apóstolo Paulo fala da morte e ressurreição de Cristo (1 Coríntios 15:6), enfatizando como o acontecimento foi real e foi presenciado pelos doze discípulos, e também por mais de quinhentos irmãos. Notem que, se fosse algo forjado, como alguns acreditam, certamente o equívoco teria sido desmentido por conta do grande número de testemunhas, mas ao contrário, foram muitos os que viram Jesus ressurreto e confirmaram a sua ressurreição. O cristianismo não é fundamentado em fábulas e historinhas para dormir. Muitos escreveram sobre isso e perceberam a veracidade da história.

Apesar disso, precisamos levar em consideração outro ponto fundamental, os apóstolos e discípulos de Cristo foram perseguidos em seu tempo, muitos morreram e foram torturados, sendo assim, se fosse uma fraude, certamente algum dos muitos discípulos, teriam revelado a mentira. Chesterton complementa justamente este fato quando pontua que:

“Os Apóstolos o poderiam ter escondido para anunciar um milagre falso, mas é muito difícil imaginar que homens sejam torturados e mortos pela veracidade de um milagre que sabiam ser uma fraude” (2021, p. 42).

O cristianismo por conta da sua mensagem e tudo o que Jesus Cristo fez, inclusive por confrontar o judaísmo e o contexto da época, teria tudo para dar errado, mas no final, tudo serviu como uma garantia da veracidade dos fatos. Jesus caminhou contra a lógica do seu tempo e nos deixou uma importante mensagem e a história confirma todos os seus feitos, a sua morte e ressurreição, comprovando que a narrativa bíblica é fiel.

Mateus termina a sua narrativa falando primeiro sobre a ressurreição de Cristo (Mateus 28:1-10) e depois sobre um episódio onde os sacerdotes subornam os guardas do túmulo, para que eles afirmassem que o corpo de Jesus havia sido roubado, em um momento que eles estavam dormindo (Mateus 28: 11-15).

Havia toda uma força tentando invalidar tudo o que aconteceu, isso desde o começo do ministério de Jesus. Mas os inúmeros testemunhos mostram uma verdade apenas: “Jesus Cristo morreu e ressuscitou, esta é uma importante verdade do evangelho!”.

Durante os quarenta dias após seu sofrimento e morte, Jesus apareceu aos apóstolos diversas vezes. Ele lhes apresentou muitas provas claras de que estava vivo e lhes falou do reino de Deus (Atos 1:3).

BIBLIOGRAFIA

CESAREIA, Eusébio. História eclesiástica: Os primeiros quatro séculos da Igreja cristã. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.

CHESTERTON, Gilbert K. Sobre escrever mal: E outros escritos. Rio de Janeiro: Editora CDB, 2021.

GEISLER, Norman.; TUREK, Frank. Não tenho fé suficiente para ser ateu. São Paulo: Editora Vida, 2012.

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