O PRINCÍPIO DA VIDA CRISTÃ

Não é raro hoje ouvirmos discursos motivacionais disfarçados de pregações, onde pastores falam de tudo, menos da palavra de Deus. Sem contar que a Bíblia em vários momentos até é usada, mas de forma distorcida. Ao invés de exaltarem a Deus, colocando-o no centro de tudo, exaltam o ser humano e insistem em colocá-lo como protagonista, o superior, o ser que precisa ser servido. Um protagonismo que não existe, ele é falso desde a raiz, segundo à Bíblia. Nós somos coadjuvantes, este é o real princípio do evangelho.

Quando eu vou à igreja, o que eu espero ouvir durante a pregação é uma exposição da palavra. A intenção é ouvir o que Deus tem para falar conosco através da Bíblia. Esta é a genuína pregação, o resto é emoção de pastores que são muito mais coaches do que pregadores, que insistem em colocar o ser humano no centro de tudo e tirar o foco de Deus.

Desde João Batista, que teve a missão de abrir o caminho para o Messias, até os apóstolos e Paulo, um dos maiores pensadores cristãos, a ênfase da Bíblia sempre foi unânime. Somos coadjuvantes, quem deve aparecer é Deus e não nós. E sobre servir, Paulo nos dá um aviso importante:

Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens (Filipenses 2:5-7) (NVI).

 Jesus era Deus antes de se colocar como criatura, mas o texto nos informa como ele colocou toda a sua glória de lado para vir ao mundo como um simples ser humano. Sendo assim, Cristo se esvaziou, mas não da sua divindade, já que ele era 100% Deus e ser humano e sim, de toda a sua glória, abrindo mão do que era legitimamente seu para servir e ser obediente a sua missão. E é esta mentalidade que precisamos ter (CARSON et al, 2009, p. 1883).

Perceba que temos um padrão de vida, que é Cristo, e ele mesmo sendo Deus serviu, sendo assim, ter a mentalidade de servos é fundamental para todos os cristãos. A obra não é nossa e servir deve ser o nosso principal ponto de partida.

Um coadjuvante é um personagem secundário, em um filme, ele não tem o papel principal. Sendo que o coadjuvante tem a função de colaborar com uma missão em comum. Perceba como este exemplo, já descreve a dinâmica da vida cristã, visto que, Deus nos deu uma missão, só que o centro de tudo é Ele.

Esta mentalidade nos coloca no eixo e dentro do propósito de Deus. Ao entendermos nosso papel, certamente, tomaremos cuidado com algumas situações que insistem em mudar o nosso entendimento. Cargos e reconhecimento, não são coisas ruins, mas podem nos influenciar e mudar a nossa mentalidade, por isso, precisamos estar atentos.

Se afaste do discurso “cristão” que insiste em colocar você como protagonista. Lembre-se que seguimos a Jesus Cristo e ele mesmo foi obediente. Nós somos apenas coadjuvantes, tudo o que fazermos ou qualquer reconhecimento que possamos ter, deve ser devolvido a Deus, já que é ele que precisa estar no centro de tudo.

BIBLIOGRAFIA

CARSON, D. A.; FRANCE, R. T.; MOTYER, J. A.; WENHAM, G. J. Comentário bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2009.

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