A SABEDORIA QUE VEM DE DEUS

“Quem é sábio e tem entendimento entre vocês? Que o demonstre por seu bom procedimento, mediante obras praticadas com a humildade que provém da sabedoria” (Referência: Tiago 3:13-18) (NVI).

Não é tão difícil identificar uma pessoa arrogante, basta notar como ele trata as pessoas, como olha para elas e conversa. Um arrogante normalmente não tem paciência de ouvir alguém e quando ouve, não demora em diminuir o que a pessoa fala. Na igreja, a identificação fica ainda mais fácil, visto que, os arrogantes normalmente se colocam acima dos outros, eles são os “ungidos de Deus”, os “inerrantes e superiores”, o que eles falam é lei. Apenas isso já é o suficiente para identificarmos os humildes dos arrogantes, uma identificação necessária caso não queira se incomodar ou perder o seu tempo com tais indivíduos.  

A arrogância não caminha com a sabedoria, na verdade, é a humildade que anda lado a lado com ela, visto que, para ser sábio, ouvir, saber olhar e refletir, se faz necessário, e para tais ações, é imprescindível sermos humildes.

Sem a humildade, não confessamos nossas limitações e com isso, podemos cair em inúmeros autoenganos. Sem a humildade, deixamos de ouvir realmente alguém, por não considerarmos que a pessoa tem algo importante para falar, sendo que muitas vezes ela tem. Eu já aprendi lições com todos os tipos de pessoas. Sem a humildade, seguiremos cegos, fechados em nós mesmos, sem notar os detalhes em volta e perceber o outro, as lições da vida e muitas coisas significativas. Carson, comenta sobre esta passagem e explica que:

“Tiago começa a sua discussão mostrando a diferença entre a pessoa que tem sabedoria divina e a que não a tem. A pessoa verdadeiramente sábia é caracterizada por condigno proceder (“bom procedimento”, NVI), que significa um modo de vida que é bom de acordo com o ensino de Jesus. Essa pessoa também demonstrará a “humildade que provém da sabedoria” (13, NVI)” (2009, p. 2043).

Uma tradução um pouco mais próxima deste termo é brandura ou mansidão. Sendo que um dos grandes contratempos que existia nas igrejas que Tiago tinha algum contato era que havia muitas discussões e brigas entre os mestres, que se defendiam de forma bem brutal. A brandura é uma característica totalmente antagônica a violência (CARSON et al, 2009, p. 2043).

Ser cristão em uma sociedade que coloca o homem no centro e relativiza tudo, é um desafio, saber responder com sabedoria e a brandura que vem do alto, é fundamental. Lembre-se de como Jesus respondia aqueles que o desafiava, era sempre com humildade e uma sabedoria impressionante.

Controlar a nossa língua e principalmente o nosso humor, é uma ação importante, saber lidar com as opiniões opostas e oferecer respostas sábias faz toda a diferença para conseguirmos deixar uma porta aberta para o diálogo, e desta forma, para também pregarmos o evangelho. Eu sei que nem todos conseguirão dialogar, mas alguém vai querer, e são com estes que não podemos perder a oportunidade. Tiago conclui o capítulo pontuando que:

“Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera. O fruto da justiça semeia-se em paz para os pacificadores” (Tiago 3:17,18) (NVI).

É esta sabedoria que precisamos buscar e é ela que fará toda a diferença em nossa vida. Não há lugar para a arrogância na vida cristã, o orgulho é contraditório, já que o nosso Deus se fez homem e morreu por nós, de forma humilde.

A sabedoria divina é antes de tudo pura, compreensível e amável, entre tantas importantes características. Tendo estes pontos como princípios, é possível fazermos uma avaliação pessoal para entendermos como estamos procedendo, principalmente quando falamos com o próximo. Ou nós buscamos ser humildes, ou não entenderemos o evangelho de forma plena.

Se você é um cristão arrogante, eu o convido a se aproximar mais da Bíblia, para que você possa contatar a sua contradição. Precisamos mudar os nossos princípios e buscamos a sabedoria que vem de Deus, ou seguiremos os complicados fundamentos do mundo e nos destruiremos entre as vãs discussões!

BIBLIOGRAFIA

CARSON, D. A.; FRANCE, R. T.; MOTYER, J. A.; WENHAM, G. J. Comentário bíblico Vida Nova. São Paulo: Vida Nova, 2009.

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