VIVENDO NO AUTOMÁTICO

Um dos meus maiores medos é seguir vivendo no automático, sem perceber a vida acontecendo, transformando coisas legítimas, como trabalho e ministério dentro da igreja, em verdadeiras prisões que nos distanciam de Deus. Somos mestres em nos enganar e nos autossabotar.

Eu creio que quando transformamos coisas boas em fardos, é porque já perdemos o propósito central daquela atividade e por isso, é preciso rever e avaliar os nossos planos e o que Deus quer de nós. É comum transformarmos ministérios legítimos em fardos perigosos.

Não que a vida deva ser sempre fácil, sabemos que ela não é, e sim que precisamos avaliar bem e prestar atenção em nossas prioridades, buscando entender se não trocamos a lógica das coisas, transformando o fim em um meio. É fácil perdermos o foco e transformar a vontade de Deus ou um trabalho em algo que fica muito longe do que Deus quer de nós. E neste sentido, às vezes algumas dificuldades e empecilhos que encontramos em nossos ministérios nos mostram justamente os nossos equívocos e como trocamos as prioridades.

Deixa-me dar um exemplo. Eu tive uma banda que tinha o propósito de pregar o evangelho, mas com o tempo e após lançarmos CDs e tocarmos em inúmeros lugares importantes, a prioridade básica (pregar o evangelho) se perdeu. O foco era divulgar a banda, fazer o nome e não mais Deus. Sendo assim, quando a banda começou a enfrentar alguns problemas internos, entendi que era a hora de parar. Como o objetivo não era mais Deus, não me dispus a consertar tais embates e sim, encerrar as atividades.

Em alguns casos, alguns problemas em nossas empreitadas nos obrigam a sermos mais persistentes, em outros casos ele revela a nossa teimosia em insistir em algo que não vale a pena. Avaliar de modo coerente é sempre um desafio. Não existe fórmula, nem sempre conseguimos perceber se estamos sendo persistentes ou teimosos.

Conheço pessoas ativistas na obra de Deus, contudo, tal ativismo é tão extremo que este cristão não tem tempo de ter o seu secreto com Deus, de orar e meditar na sua palavra. Sendo assim, o ativismo na igreja terminou por distanciar estes cristãos de Deus. Irônico, não é?

É fácil continuarmos no erro por acreditarmos que o trabalho ou ministério é legítimo e por não percebermos como ele já não tem mais o propósito inicial. Em alguns casos a pessoa está vivendo no automático, sem se dar conta deste erro. E esta reflexão vale para o ministério que exercemos dentro da igreja ou mesmo para o trabalho, que muitos colocam em um patamar importante em suas vidas. Lembre-se, tudo o que te distancia de Deus, seja a atividade mais legítima que for, não é algo que agrada Deus. É um ídolo que nos faz estarmos distantes do nosso Pai.

Nem sempre desistir é perder, às vezes é só renunciando algo, que conseguiremos ter uma oportunidade melhor. É sair do automático para iniciar algo com mais coerência e que agrade a Deus.

Cuidado para não trocar as prioridades e viver no automático, colocando Deus de lado e transformando as coisas legítimas em armadilhas que te afastam Dele. A nossa vida é dele, e precisamos abandonar tudo o que nos afasta da sua perfeita vontade.

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