O sofrimento não é nada belo, ele fere, nos joga no chão e algumas vezes nos paralisa, contudo, o sofrimento faz parte da vida. O normal é sofrermos e lidarmos com situações complicadas. Quem entende isso, não só percebe a dinâmica da vida, mas também não amplifica a dor.
Não tem como não sofrer, a dor é parte do existir, e não desejar sofrer é sofrer ainda mais. A melhor saída é aceitar, viver o período de dor e caminhar em busca da saída, pois uma hora ou outra ela vai aparecer.
De modo algum agir assim é ser apático, muito menos relapso quanto aos problemas e sim, aceitar que a dor existe, não é saudável fugir deste fato. A melhor atitude é aceitar e seguir em busca da cura, caso seja possível, ou pelo menos entender que viver dói.
A dor nos mostra que há algo errado, ela é um sinal que demonstra que existe um problema. A dor também revela que estamos vivos, que conseguimos sentir, que existir é uma realidade. O que seria o prazer sem a dor? Já que ambos revelam o que sentimos. O que seria do alívio sem o sofrimento? E em ambos os casos, conseguimos extrair lições. A dor ensina e nos deixa mais empáticos.
Sofremos muito com as nossas decepções e com o modo como lidamos com as tribulações. No final, amplificamos o problema e seguimos sem aceitar a situação, transformando a dor em um problema ainda maior. Alan Watts pontua justamente isso, quando diz que:
“Querer sair da dor é a dor; não é a “reação” de um “eu” distinto dela” (WATTS, 2017, p. 102).
Aceitar é entender a fragilidade humana, tendo em mente que o sofrer é parte da existência, e diante disso, a dor diminui, você percebe o seu entorno e constata como nem tudo está perdido.
São muitos os que resistem, não aceitam e seguem remoendo ainda mais os problemas, amplificando uma dificuldade, que em muitos casos já é grande o suficiente. Aceitar, não é se entregar, mas usar sua força e foco para buscar a solução ao invés de seguir se lamentando, ou mesmo aceitar a dor e seguir, ao invés de construir ainda mais problemas. Perceba que tudo vai depender da mentalidade, de como você se porta em meio ao caos.
Por isso, quando doer, relembre que viver dói, procure entender a lição que a dor traz e cresça com ela. Que no mais, aos poucos ela segue se esvaindo, se esgotando perante a aceitabilidade. Sendo que o alívio, depois disso, vem de um modo mais significativo que a própria dor. A sensação de ver um problema resolvido é realmente impressionante.
BIBLIOGRAFIA
WATTS, Alan. A sabedoria da insegurança: Como sobreviver na era da ansiedade. São Paulo: Editora Alaúde, 2017.
